Harry Potter
Do Mundo de Magia para a Realidade da Imaginação
Uma Imaginação Real
Em o Enigma do Príncipe, de 2009, última série do filme de Harry Potter, parece que o clima entre os personagens é mais romântico e sentimental, embora o universo mágico da criação da autora permaneça constituindo o contexto real da trama, com o seu poder imaginário construindo os acontecimentos fantásticos, gerando os seus incríveis fenômenos malabaristas e articulando os seus extraordinários cenários de fantasia onde a imaginação produz as suas loucuras mais completas, o seu ambiente mais irreal e irracional, o seu campo mais fértil de possibilidades meganaturais e paranormais, o que transforma o cinema em uma casa de alter ego, em que as pessoas vivem constantemente a metamorfose de uma realidade agora imaginária, supergigantesca, multifuncional, plurilateral, plena de indivíduos que fazem de sua demência o estado de vida do poder da imaginação aparentemente doentia, mas que ao contrário tem na sua força de criatividade o elemento do seu sucesso junto ao público em geral – crianças, jovens e adolescentes, adultos mais velhos, homens e mulheres – e o segredo de sua fama bem popular, tornando o protagonista e seus seguidores em agentes transformadores de uma realidade que não é “real”.
Observa-se em todos os filmes de Harry Potter, há 8 anos, a mesma linha de criação do mundo imaginário que constrói uma realidade, que contagia a todos e toca a juventude, fascina os cineastas e entusiasma o povo que os assiste, que encanta sobretudo a adolescência infantil, como que fazendo com que os adeptos de Harry Potter encarnem o personagem e vivenciem cotidianamente a sua loucura imaginária, o seu universo mágico transformador e o seu contexto que muda permanentemente a realidade fazendo-a mais fantástica, colorida, fértil, fecunda, tendenciosa, cheia de alternativas criadoras e plena de possibilidades que divergem da real racionalidade dos fatos do dia a dia.
Vemos assim a que ponto pode chegar a imaginação de uma pessoa, grupo ou indivíduo, capaz de modificar a realidade em que vive, a partir do mergulho fundo e profundo no poder do imaginário que recria a vida, personalizando-a em nosso favor.
Por outro lado, é perigoso esse lado mágico da existência.
Melhor cair na realidade da experiência cotidiana, que nos cura dos males, demências e loucuras de uma imaginação doentia, que nos salva desse círculo mágico totalmente irreal e irracional, e nos liberta de vez desse hospício em forma de cinema que representam os filmes de Harry Potter.
Neles, é alto o poder de criatividade imaginária, todavia mais importante é garantir a nossa saúde mental e emocional e o nosso bem-estar físico, psicológico e espiritual, o que é possível abraçando a realidade cotidiana e beijando sempre as reais possibilidades da vida construída com equilíbrio e bom-senso.
Harry Potter me parece uma pessoa bastante desequilibrada.
Prefiro o bom-senso da vida e o equilíbrio da existência.
É mais realista.
E mais saudável.
E mais agradável.
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