quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Era do Limite

A Era do Limite

Introdução

Tentamos aqui e a partir de agora mostrar e demonstrar neste trabalho de pesquisa a importância de nossos limites naturais na vida de cada dia , salientando pois ao mesmo tempo a necessidade que temos hoje de tomar consciência de sua realidade em nossas existências, entender as suas manifestações sociais e ambientais e compreender o modo pelo qual devemos reagir diante deles, a fim de que assim, conscientes de seus fenômenos em nós e por nós, vivamos bem a nossa vida, sem excessos ou exageros, com equilíbrio, pois nesses casos a virtude está no meio, onde a verdadeira medida é viver sem faltas e sem atitudes em demasia.
Nessa era dos limites, sejamos conscientes e responsáveis perante as fraquezas de nosso corpo, os cansaços e fadigas de nossa mente e os esgotamentos e debilidades de nosso espírito.
Somente assim teremos de fato uma vida de qualidade, de saúde plena e bem-estar razoável.
Sejamos conscientes.

A Consciência de nossas limitações

1. As Barreiras e as Fronteiras de nosso estado de vida

Dentro e fora da realidade da experiência cotidiana, observa-se nos seres humanos um crescente processo de conscientização das suas limitações naturais, temporais e reais, em que conscientes de nossos limites podemos melhor administrar a nossa vida de cada dia, os nossos trabalhos e atividades diárias, nosso comportamento individual e social, sabendo de antemão que se convivemos em sociedade devemos então suportar as diferenças e limitações de nossos semelhantes, o que nos proporciona um convívio social de mais qualidade, perfeito em seu entendimento mútuo e compreensível em seu relacionamento humano e natural, dando-nos então a possibilidade de uma vida mais excelente, perfeita e de qualidade social há muito tempo comprovada.
Nossas limitações se identificam muitas vezes com a dor e o sofrimento do dia a dia, as doenças e as enfermidades que enfrentamos, o medo e a insegurança propiciados pela violência urbana e rural, o esgotamento mental, o cansaço físico e a fadiga psicológica e espiritual que quase sempre assumimos em nossa convivência cotidiana.
Além disso, o desemprego e a falta de trabalho e ocupação profissional, os conflitos familiares, as controvérsias escolares e universitárias, a dialética das idéias e dos conhecimentos adquiridos, consolidados e desenvolvidos, a antítese de pensamentos que se contrariam, a adversidade de atitudes que se chocam diariamente, a guerra entre o bem e o mal, distúrbios mentais e emocionais, a depressão patológica, a tristeza e a angústia, o nada e o vazio espirituais, a dúvida e a incerteza céticas, o indeterminismo de nossas posturas sociais e culturais, políticas e econômicas, a indefinição de nossas ações éticas e religiosas, a batalha pela vida e a luta por um estado de saúde melhor, a superação de preconceitos e superstições, a ultrapassagem de obstáculos mentais e a transcendência das confusões da mente e das complicações irracionais, a ignorância e a ausência de conhecimento e discernimento que nos possibilitem separar as coisas.
Tudo isso, enfim, nos mostra que vivemos atualmente a era do limite, ou seja, assumimos cada vez mais e melhor uma consciência de nossas limitações e dificuldades, uma vivência de fronteiras comportamentais bem definidas uns em relação aos outros.
Somos mais conscientes de nossos limites humanos e cotidianos.
Estamos no limite da existência humana.

2. A Finitude Temporal

Estar no mundo, ser limitado historicamente, assumir a nossa temporalidade mortal, abraçar as nossas fronteiras psíquicas, sociais e espirituais, abarcar as nossas contingências reais e atuais, comprometer-nos com as nossas margens comportamentais cotidianas, compreender e aceitar conscientemente as definições de nossas tendências e os determinismos de nossas possibilidades presentes e futuras, reconhecer o nosso passado carregado de bloqueios mentais e físicos, saber de antemão até onde podemos chegar e quando devemos parar, discernir os sonhos impossíveis e os anseios irrealizáveis dos acontecimentos do dia a dia plenos de travamentos políticos e econômicos, sociais e culturais, perceber aonde a nossa natureza atinge os seus objetivos, assumir as nossas finalidades e metas cheias de obstáculos humanos e naturais, observar sempre a diferença entre a nossa racionalidade real e a nossa imaginação louca, entender e preservar as nossas carências afetivas, os nossos desejos vazios e as nossas necessidades insatisfeitas, enfim, conscientizar-nos de nossa finitude e temporalidade, sempre pois com uma perspectiva de eternidade, cujos valores de bem e de bondade, as virtudes da paz e da concórdia, e as vivências fraternas e solidárias então alcançarão a sua plenitude de liberdade e excelência de felicidade, eis os detalhes da verdadeira diferença que devemos fazer entre os nossos limites cotidianos e as nossas possibilidades eternas e infinitas.
Olhar a realidade desse modo nos ajuda a viver bem a nossa vida de cada momento, garantindo para nós boa qualidade de vida, enriquecida com os favores que a natureza nos propicia e aperfeiçoada com os benefícios que a vida nos proporciona, sempre conscientes de que esse estado de vida natural é positivo, nos enche de alegria e otimismo, porque vem de Deus, o Senhor, a Razão da vida e o Sentido da natureza.
Compreendendo por conseguinte tal situação real e natural em que aqui e agora nos encontramos, concluímos que esses limites temporais e suas finitudes históricas – como a dor, o sofrimento e a morte – são negações do corpo e da alma humanas, que contradizem nossas esperanças de um mundo melhor.
Todavia, é na natureza, que deriva de Deus, e não no sofrimento, que está a nossa salvação, purificação e felicidade.
Somos felizes e nos purificamos, não quando sofremos, porém ao fazermos o bem e vivermos em paz uns com os outros.

3. A Ideologia Existencialista

Segundo os pensadores da filosofia existencialista dos tempos modernos, posterior ao socialismo liberal e democrático, e antes ao capitalismo selvagem, como Sartre – e os limites da náusea emocional, do nada existencial e do vazio espiritual -, Heidegger – e as fronteiras da temporalidade, da finitude e da historicidade -, Marcel – e as definições dos valores católicos e cristãos – e outros, a história da humanidade tem sido, desde as suas origens mais distantes até o momento de hoje, um processo de ocorrências cujas características se identificam com realidades tais como a condição humana e natural, os limites e os determinismos de sua natureza, as definições da sua consciência imanente, transcendental e transcendente, os bloqueios mentais e as barreiras psicológicas e sociais, os obstáculos ao conhecimento verdadeiramente possível, as impossibilidades da racionalidade questionadora, o lado imaginário da mente, a irrealidade de certos comportamentos e a irracionalidade de algumas ideologias, a inconsciência de outras atitudes que se alienam da realidade em torno de si, os preconceitos mentais e as superstições religiosas, as confusões cerebrais e as complicações de determinadas teorias, as ações dogmáticas e os pensamentos carregados de dúvidas e incertezas, a cultura do descartável, a ética individualista baseada na solidão patológica e no isolamento psicótico, o travamento da inteligência e a queda dos paradigmas da estabilidade diante da mutabilidade da experiência e da instabilidade das práticas cotidianas, a violência das cidades, a maldade das pessoas, a divisão das classes sociais, a exclusão de indivíduos e a marginalização das ruas, morros e favelas, a tirania e o autoritarismo dos poderes constituídos, a intolerância sexual, racial e religiosa, a ignorância e o analfabetismo de populações inteiras aliadas à sua pobreza e miséria, a alienação do real e do dia a dia, endemias e epidemias graves, o que nos dá a correta visualização atual do que acontece no mundo contemporâneo em termos de limites temporais e condicionamentos históricos, refletindo de fato assim o fenômeno da natureza humana, definida em suas essências e determinada em suas experiências diárias.
Com efeito, a corrente existencialista de hoje soube refletir bem sobre as limitações do homem e da mulher, sujeitos pois às intempéries da história e aos cárceres do tempo, prisioneiros de sua própria natureza e escravos de sua mesma condição humana.
Os existencialistas nos mostraram e demonstraram que somos limitados na nossa natureza.
Nossas vidas têm fronteiras.
Nossas existências possuem obstáculos.
Devemos compreender essa realidade, se de fato almejamos a nossa tão sonhada felicidade real.

4. As Regras Sociais e os Padrões Comportamentais

Desde os tempos antigos, as pessoas se juntam e se unem para viver em sociedade constituindo um poder central que ordene a sua vida comunitária, discipline suas consciências e experiências e organize a sua realidade cotidiana, para isso criando regras sociais e gerando padrões comportamentais capazes de lhes proporcionar saúde física e mental, e bem-estar social, político, econômico e cultural.
Tais regras de vida e padrões de existência são necessários para garantir a estabilidade da sociedade, consolidar seus princípios morais e espirituais e empreender o progresso dos povos e o desenvolvimento das nações.
Esses limites sociais em forma de regras de conduta e padrões de comportamento são definidos por um “contrato” entre os habitantes da região de modo a lhes oferecer garantia de vida, segurança em seus trabalhos e atividades e sustentabilidade para suas famílias, células principais e vitais da sociedade.
Sem essa regulação do ambiente social vivido, impossível seria o bom convívio entre as pessoas, que vêem nessas leis comunitárias o fundamento de sua sobrevivência como gente, povo ou nação.
Portanto, os limites são necessários, sejam eles naturais ou culturais.
Precisamos de regras, base da boa convivência.
Por meio de padrões de ação, vivemos bem e convivemos melhor uns com os outros.

5. A Morte: o maior dos limites

A Morte física e biológica é o fim da vida terrena e a continuidade da vida da eternidade.
É o limite da biologia.
É a fronteira da matéria.
Com ela, perde-se o tempo e ganha-se o infinito.
Porque a vida é eterna.
Não termina com a morte.
Entre a vida e a morte, o limite do tempo e da história, e o desejo da eternidade, o anseio pela permanente continuidade, a luta pela vida sem fim, a busca pela energia vital, o espírito eterno, a alma duradoura, o espaço sem limites, a região sem fronteiras, o mundo espiritual, o universo animado pela vida que não acaba.
Diante da morte como limite da temporalidade e fronteira da historicidade, abre-se a porta da possibilidade de uma vida fundamentada pelo Espírito Eterno, Supremo e Superior, que chamamos de Deus, o Senhor.
Além dos limites da mortalidade, descobre-se a imortalidade, a perpetuidade de uma vida boa baseada na Divindade, origem da vida e fim da morte.
Morrendo, nos abrimos para a vida, renovamos as nossas energias vitais e nos libertamos mais uma vez mergulhando no oceano da eternidade, a casa de Deus.
Superando os limites da morte, ultrapassando as suas fronteiras temporais e históricas, invadimos a nossa transcendência da alma cuja energia de vida é inesgotável.
Desde então, nos tornamos eternos e infinitos, vitais e inesgotáveis, transcendentes e para sempre.
A Morte é o limite e o fim, todavia a vida é a continuidade e a eternidade.
Somos eternos, contínuos, vitais e inesgotáveis, espiritualmente fortes e animados pela energia divina, sustento da vida humana.

6. A Necessidade do Equilíbrio
e do Bom-senso

Quando estamos no limite de nossa existência ou fazemos dele o ponto de equilíbrio de nossas ações, sentimentos e desejos, ou o tornamos a nossa idéia mais forte e a nossa atitude mais firme, sensata e consolidada, segura e estável, constante e duradoura, permanente e fundamentada, então o bom-senso de uma vida consciente e razoável nos diz claramente que nesse instante estamos de bem com a vida, com a saúde lá em cima, em paz conosco mesmo, garantidos interiormente, com as nossas seguranças blindadas e reforçadas, as quais se identificam nesse momento com o bem-estar interno em que nos encontramos cujo reflexo se apresenta fora de nós, no ambiente que nos envolve, nas pessoas felizes com a nossa presença junto a elas, na energia positiva e no otimismo sempre freqüente de quem sempre nos acompanha e se põe ao nosso lado para o que der e vier.
No equilíbrio, o nosso limite.

7. A Lei Natural

A consciência humana, que tem dentro de si a lei natural, criada por Deus, o Senhor, para a felicidade do homem e da mulher, suas criaturas, deve ser fiel ao Criador, Autor da Vida, e assumir um compromisso responsãvel com sua execução prática na vida cotidiana, trabalhando sem cessar para a saúde e bem-estar de todos e cada um dos seres humanos.
Eis aqui a lei natural, a lei da natureza humana:
1) Fazer o bem e evitar o mal
2) Procurar a paz e não a violência
3) Buscar a luz e não as trevas
4) Praticar o amor e não o ódio
5) Amar a vida e não a morte
6) Ser direito
7) Amar a justiça
8) Conhecer a verdade
9) Buscar a liberdade
10) Procurar a felicidade
11) Respeitar os outros
12) Ser responsável
13) Ter juízo e bom-senso
14) Buscar a humildade e a simplicidade
15) Procurar a calma e a tranquilidade
16) Amar o silêncio
17) Conversar com Deus, o Senhor, o Criador, Autor da Vida

8. Os Limites da Natureza Humana

Homem e mulher, na sua natureza específica, têm limites determinados, cuja fronteira natural não pode ser ultrapassada por ambos.
São limites humanos naturais:
- a fadiga, o cansaço e o esgotamento mental
- a dor, o sofrimento e o sacrifício
- a doença, a moléstia e a enfermidade
- o bloqueio mental (preconceitos e superstições)
- o conhecimento verdadeiramente possível
- o bem que reage à ação do mal
A humanidade precisa compreender os seus limites naturais.
Deste modo, será feliz.

9. A Ordem Natural de todas as coisas

Existe ordem na natureza ? Quem pensou essa ordem ? Alguém projetou a ordem do universo ? O Pensamento cria a realidade ? O Pensamento cria a ordem da realidade ? Há uma Mente Superior, ordenadora do caos, que organiza a realidade ? Uma Razão Universal governa a vida, o tempo e a história, a consciência humana, a realidade natural e cultural de todos os seres e todas as coisas ? Deus é natural ? O Real é racional ? O Racional é real ? O Pensamento é real e natural ? A Natureza possui uma ordem, uma racionalidade própria, ali inserida por Alguém ? Acreditamos que sim. Existe uma ordem, uma lógica do concreto, uma racionalidade natural no interior da realidade, a qual é projetada e pensada por Alguém Superior, que chamamos de Deus, o Senhor.

10. As nossas Necessidades

Quando comemos ou bebemos, tomamos banho ou escovamos os dentes, colocamos uma roupa ou usamos um sapato, vamos para o trabalho de ônibus ou metrô, e retornamos ao fim do dia para a nossa casa, e descansamos e dormimos em nossa cama, restabelecendo então as nossas forças e energias para o dia seguinte, estamos pondo em prática os limites de nossas necessidades, através de um movimento sem fim, um processo permanente de construção de novas atividades e diferentes possibilidades de satisfação vocacional e realização profissional, realizando assim os nossos desejos diurnos e noturnos e experimentando ao mesmo tempo os nossos anseios por uma vida melhor e de qualidade, saudável e agradável, cuja saúde individual e bem-estar coletivo é viver bem e em paz consigo mesmo, construindo pois uma vida de fraternidade e solidariedade capazes de garantir as nossas seguranças neste mundo e proteger as nossas energias vitais que experimentamos sempre cotidianamente.
Nossas vidas são feitas de necessidades
No necessário, estão as nossas condições de vida e os limites da nossa existência.

11. A Condição Humana

Homem e Mulher, criaturas de Deus, em sua natureza, são determinados historicamente, no tempo e espaço em que vivem, aqui e além, na Eternidade, por vários aspectos que compõem a vida humana cá no Planeta Terra, onde vivem na sua finitude temporal. Ei-los:
1) Desejos humanos
2) Necessidades naturais
3) Consciência
4) Liberdade
5) Sexo
6) Família
7) Escola
8) Trabalho
9) Sofrimento
10) Morte

Tais condicionamentos humanos e naturais limitam, tendenciam e possibilitam a vida humana aqui e além, na Terra e na Eternidade.

12. As Definições Temporais

No tempo da vida e na vida do tempo, temos uma vocação a ser desempenhada junto aos nossos semelhantes, abraçamos uma profissão com a qual nos realizamos colocando em prática a nossa criatividade, os nossos dons, carismas e talentos, abarcamos em nós a possibilidade permanente de construção de novas idéias e diferentes conhecimentos, somos condicionados pelos desejos que criamos e pelas necessidades que nos satisfazem, somos desejados pelos desejos dos outros, pensamos o que outros antes já pensaram, sentimos os sentimentos alheios, nos comportamos de acordo com as determinações do ambiente em que vivemos ainda que façamos sempre a diferença que se encontra na nossa liberdade de opções bem feitas e de alternativas bem concretizadas, embora essa tal liberdade seja continuamente condicionada pelas minhas necessidades humanas e naturais e pelas regras sociais e demais padrões com que a realidade nos envolve.
Essas definições temporais fazem parte da nossa natureza biológica e social, são constituídas pelas condições históricas e pelas limitações reais do nosso convívio cotidiano, determinam os nossos comportamentos atuais e interferem nas nossas decisões mais importantes da vida de cada dia.
Se namoramos e nos casamos, se produzimos uma família, se construímos um trabalho e nos encontramos empregados, se estudamos em uma universidade ou vamos ao hospital tratar de um problema de saúde, se vamos à igreja rezar e conversar com Deus, se vamos fazer compras no supermercado ou tomar uma água e um cafezinho no botequim, se compramos pão e leite para os nossos filhos e netos na padaria ou nos dirigimos à farmácia para buscar um remédio necessário, se compramos o jornal no jornaleiro todas as manhãs ou vamos aos Correios enviar uma carta aos amigos, se almoçamos no restaurante da esquina ou compramos alguns produtos no shopping do bairro, então percebemos que realmente somos definidos pelas coisas temporais e pelos seres históricos, sendo cotidianamente bombardeados por esses condicionamentos que a realidade social nos obriga a suportar.
Então, eu quero sim, porém quero o que os outros também querem.
Sou feito por mim e pelos outros.
Tal a nossa temporalidade.

13. Os Determinismos Históricos

As grandes guerras mundiais, as reformas institucionais e constitucionais, as revoluções políticas e sociais, culturais e econômicas, a violência urbana e rural, a agressividade das pessoas, os distúrbios mentais e emocionais, os desvios de caráter, as aberrações da personalidade, as doenças incuráveis, as moléstias em forma de epidemias e endemias, as enfermidades hospitalares, o medo e o pânico de grupos e indivíduos, a fome e a miséria, a ignorância e o analfabetismo, a corrupção moral e a intolerância religiosa, a transgressão sexual e os preconceitos raciais, a exclusão e a marginalização social e econômica, a falta de transparência e autenticidade na ética e na política, a tirania e o autoritarismo dos poderes, a pedofilia e a pornografia sexual, o alcoolismo e o tabagismo, o tráfico de drogas e o comércio de entorpecentes como a maconha, a morfina, a heroína e a cocaína, a prostituição infantil e adolescente, a exploração sexual de mulheres exportadas para o exterior, os crimes da internet, a pirataria e a compra e venda de produtos ilegais, as injustiças sociais e as representações ilegítimas, os escândalos e a má fama de autoridades e pessoas famosas, a manipulação dos meios de comunicação em favor de atividades incorretas, enfim, as divergências e as contradições históricas e sua rede de contrariedades temporais e sua teia de adversidades cotidianas, constituem os determinismos que a realidade em que vivemos nos impõe, escravizando ao mesmo tempo os nossos sonhos de liberdade e aprisionando pois os nossos desejos de felicidade.
A Realidade histórica e a experiência temporal cotidianas determinam as nossas idéias e os nossos conhecimentos, os nossos anseios e sentimentos, as nossas operações físicas e mentais e os nossos comportamentos materiais e espirituais.
A Realidade tem regras, a sociedade possui padrões de conduta e a natureza define as leis que regem os nossos desejos e necessidades.
Então, a nossa liberdade não é “livre”, contudo condicionada aos ditames da experiência cotidiana, a qual nos sujeita aos caprichos de suas determinações práticas.
Somos “livres” até certo ponto.
Na verdade, somos limitados por nossas necessidades humanas e naturais, e pela realidade social que define de que modo devemos agir e comportar ainda que possamos discordar dela.

14. Natureza e Existência

Entre os especialistas e doutores de filosofia, discute-se a seguinte questão:”O Fundamento da existência é a natureza, ou a existência é o princípio da natureza ???”
Muitas respostas até bem fundadas procura-se dar, ora afirmando uma ou outra posição, todavia creio que o aspecto relacional ou a sua interatividade é a melhor solução podendo-se posicionar dependendo do ponto em referência em benefício de uma postura ou de outra de acordo pois com o interesse do visualizador ou da intencionalidade de quem pensa o problema.
O mais importante e interessante é o estado de vida capaz de suportar tanto a hipótese da natureza quanto a viabilidade da existência.
Tal estado de vida é quem constitui a essência da natureza e a substância da existência.
Parece que o ser da coisa ou o conteúdo do ser é a possibilidade mais correta, em função de que se define o seu estar no mundo, cujo contato determina os seus limites naturais e existenciais.
Esse choque entre a essência e a aparência, a substância e o acidente, a consciência e a experiência, a razão e a ação, a inteligência e os acontecimentos, a teoria e a prática, o racional e o real, o repouso e o movimento, o descanso e o trabalho, a estabilidade e o processo, a constância e a dinâmica, o permanente e o exercício, a paz e a guerra, o empenho e a calma, o esforço e a tranqüilidade, enfim, essa dialética de vida com seu motor de contradições interativas faz o sentido de nossas limitações cotidianas e realiza e torna possível a causa de nossas fronteiras realistas e racionalistas, cujos bloqueios temporais e seus obstáculos históricos demonstram a finitude da existência e os limites que a natureza é capaz de assumir e suportar em sua trajetória de vida.
Esse jogo crítico e dialético mexe com o comportamento humano, atinge seus anseios, desejos e necessidades, influencia os seus sentimentos mais profundos e contagia as suas idéias e conhecimentos mais ricos e perfeitos que possam parecer.
Esse duelo natureza-existência toca a vida das pessoas, interfere no destino da sociedade e intervém no presente e no futuro da humanidade, do mesmo modo que o fez no decorrer de todo o seu passado, real, temporal e histórico.
Essa realidade de opostos que se chocam e contradizem faz-nos refletir e tomar uma atitude em prol de uma ou de outra, da qual dependerá o sucesso ou não de nossa vida de relações, paixões e ações, razões e emoções.

15. A Cultura do Descartável

Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar.
Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo.
É a cultura do descartável.
Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária.
Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho.
No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições.
Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias.
Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas.
No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos.
No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões.
Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento.
Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia.
Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz.
Sim, hoje o mundo é descartável.
Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito.
Imperam os malandros.

16. O Medo, o pânico e o desespero das pessoas, assim como suas dores e sofrimentos, e suas doenças, moléstias e enfermidades

O Auge das nossas limitações extremas e o ponto mais crítico de nossos limites naturais e existenciais, ocorre quando os nossos corpos físicos, as nossas mentes conscientes e os nossos espíritos transcendentes sofrem a dor, experimentam a dor da alma, a dor biológica e psicológica, a dor espiritual, a dor que fere e machuca a vida de cada um de nós, alterando então nossas atitudes e comportamentos, agitando nossas cabeças e transformando as nossas consciências, mudando os nossos hábitos e costumes, modificando a raiz de nosso equilíbrio mental e emocional, ao ponto de muitas vezes chegarmos ao exagero do desespero, ao medo sem medidas e ao pânico comportamental descontrolado, violento e assustador.
A Dor é um mistério.
Mas ela é real, acontece mesmo.
E com ela surgem as doenças, crescem as moléstias e agravam-se as enfermidades.
No limite da dor e na fronteira do sofrimento, e às portas da morte, quase sempre perdemos a estabilidade, falta-nos o devido juízo e o correto bom-senso, e o desespero nos pega de surpresa, e ficamos com medo de tudo e de todos, e entramos em pânico, querendo ao mesmo tempo quebrar tudo pela frente, arrebentar com todas as coisas, tornando assim a violência e a pancadaria as soluções imediatas que encontramos para o nosso então desequilíbrio de vida, o que nos faz cair na lata do lixo da existência e no vazio e o nada espirituais.
Aí quase enlouquecemos, nos perturbamos internamente, perdemos a paz interior e o bem que antes costumávamos fazer.
Foge de nós a calma e a tranqüilidade não quer saber mais da gente.
E parece que até Deus desaparece nessa hora.
Ficamos aflitos e em conflito uns com os outros, inquietos e inseguros, insensíveis e indiferentes diante do ambiente que nos cerca.
Ao nosso lado e em torno de nós observamos só inimigos, adversários de plantão querendo nos derrubar e destruir, desejando o nosso fracasso e prejuízo, tentando nos estragar de vez por dentro e por fora.
Ora, perdemos o controle e o domínio de nós mesmos.
Precisamos de ajuda.
Diante de nossos limites, então, alguém surge para nos ajudar.
E vemos assim que somos dependentes.
A Dependência nos revela as nossas limitações neste mundo.
Sim, somos dependentes.

17. O Fator Psicológico

Com todo o respeito e boa educação que são devidos nessa difícil hora da tua vida, permite-me Dona Maria de Fátima te apresentar uma palavra amiga, uma mensagem de esperança, uma carta de orientação psicológica diante dos problemas que tu enfrentas nesse instante, perante as dificuldades, contrariedades e adversidades que te chegam a todo momento seja do trabalho ou da família, seja das tuas ocupações variadas ou te tuas preocupações exageradas, seja da parte do Thiago ou da garota dele, seja dos teus amigos e amigas, conhecidos e conhecidas, parentes e familiares.
Creio por experiência de vida que se a cabeça está boa, então tudo vai bem na nossa vida.
Não importam o lugar ou o ambiente em que nos encontramos de vez em quando, nas diversas horas do dia, ou a situação difícil que atravessamos diariamente ou as circunstâncias quase impossíveis que vivemos durante o dia e a noite, e até de madrugada, como por exemplo o controle do diabetes, os remédios que precisamos tomar, os exercícios físicos que necessitamos fazer como a ginástica ou o teste de Cooper ou as corridas bastante cansativas na Praça Afonso Pena, como tu já nos disseste, ou as andanças e longas caminhadas até a Penha, ou Niterói, ou ao Rio Comprido e à Tijuca, ou ao Méier, sempre dando aulas online e presenciais, ou dirigindo uma escola, ou corrigindo provas e pesquisas da Estácio, ou gerando questões para Concursos, ou operando o teu tempo no MV1 ou no Colégio Padre José de Anchieta, a todo instante em contato com professores, gestores e colegas de trabalho, dirigindo-se a esses locais a pé ou de ônibus ou de metrô ou de automóvel, além é claro das gritarias e discussões com o Thiago ou com a mulher dele dentro ou fora de casa por quaisquer motivos, e ainda os teus compromissos e responsabilidades cotidianas que tu, por ser uma pessoa direita, te vês obrigada a cumprir e realizar, enfim, em toda a tua problemática existencial que tu carregas hoje aqui e agora em tua vida, vivências e experiências de cada dia, não interessam as crises que tu possas atravessar ou as enfermidades que tu tenhas que assumir, em tudo isso é necessário ter uma cabeça boa que administre bem os teus bens, o teu patrimônio, os teus problemas e as tuas coisas, que controle bem a tua mente e as tuas emoções, que te leve ao razoável domínio de ti mesma, mantendo sempre o bom equilíbrio, o juízo ordenado e o bom-senso organizado capazes de te dar então uma vida boa, de atitudes sensatas e disciplinadas, de sentimentos bonitos e profundos e de pensamentos e idéias que te ajudem a viver bem e curtir bem as boas coisas que a vida nos dá.
Como se observa, nossos problemas externos e nossas preocupações do dia a dia têm uma origem interior, psicológica, espiritual, a qual se não for resolvida, propiciará a continuidade das situações contrárias e das circunstâncias adversas.
Portanto, ordenar a nossa mente, disciplinar a nossa razão e organizar a nossa vida, conhecimentos e experiências de cada momento, é vital para consertar os nossos erros diários, diminuir os nossos defeitos de cada instante, equilibrar as nossas finanças, economias e orçamentos domésticos, ajeitar a nossa vida cotidiana, administrar bem nossas tarefas e trabalhos que a toda hora exigem de nós competência e habilidade, vocação e profissionalismo, compromisso e responsabilidade, e acima de tudo sustentar a nossa calma interna e garantir a nossa tranqüilidade interior, tornando-nos cidadãos e cidadãs de qualidade de vida comprovada cujo Fundamento é óbvio é o Senhor nosso Deus, Razão Suprema e Inteligência Superior.
Em vista disso, considero importante que tu não te preocupes nesse período de adversidades com tanto elementos externos, como um novo apartamento para o Thiago, as contrariedades em casa ou no emprego, as dificuldades com a tua saúde, ou os relacionamentos críticos e dialéticos com que tu convives diariamente; todavia, mais interessante do que isso deve ser: garantir a tua saúde pessoal que começa na cabeça, organizar a tua vida e as tuas idéias dando ora e outra uma “paradinha de Pelé” em que crias silêncio no teu cotidiano, intervalos de vida onde possas colocar tudo em ordem, condições necessárias para tu saires da rotina que mata, garantir a tua segurança interior, manter a calma precisa e a tranqüilidade indispensável que te farão bem, e te darão paz social e repouso espiritual.
Tudo isso é apenas uma palavra amiga, um conselho espiritual, os quais te ajudarão a viver uma vida feliz e de bem com tudo e com todos.
Desejo te ajudar.
Conta conosco.
E conta com Deus também nessa hora aparentemente impossível.
Que Ele, o Senhor, te ajude igualmente.
Beijos,
Chico da Glória

18. A Lei da Atração Energética

Quando o homem e a mulher se atraem, se amam e se desejam sexualmente manifestam a lei da atração energética, presente, insistente e existente na natureza humana, criada por Deus, o Senhor.
São reflexos dessa lei ainda o bem que atrai o bem, a paz que atrai a paz, o amor que atrai o amor, a vida que atrai a vida, o respeito que atrai o respeito, a responsabilidade que atrai a responsabilidade, a justiça que atrai a justiça, o direito que atrai o direito, a verdade que atrai a verdade, a luz que atrai a luz – energias que se atraem e se complementam, produzindo frutos, efeitos e consequências em prol da coletividade, em favor da sociedade, em benefício da humanidade.
Se o bem atrai o bem, igualmente o mal atrai o mal, o mau atrai o mau, a violência gera violência, a maldade produz maldade e a ruindade leva as pessoas à marginalidade, à exclusão social e à corrupção moral e espiritual.
Energias que se atraem.
Forças que se complementam.
Poderes que se ajudam para o bem ou o mal das pessoas.
A Energia do bem atua em favor do progresso e da paz pessoal, social e ambiental.
A Força do bem constrói a fraternidade e a solidariedade.
O Poder do bem cria condições boas de vida, saúde, trabalho e educação para as pessoas que vivem e convivem em sociedade.
O Bem e a Bondade atraem coisas boas, positivas e otimistas, boas virtudes morais e espirituais, boas maneiras de ser, pensar e existir, boas idéias e bons ideais, boas experiências de vida, boas ideologias sociais, políticas e econômicas, boas teorias e boas práticas, bons desejos e boas intenções e interesses, boas ações e boas atitudes que ajudam a todos e cada um a possuir boa qualidade de vida, boa situação financeira, bons compromissos sociais, bom respeito pessoal e boa responsabilidade social, cultural e ambiental.
O contrário também acontece.
O Mal e a maldade criam a divisão e a prisão, a opressão e a escravidão, a marginalização e a exclusão, o egoísmo e a falsidade, a corrupção e a imoralidade, os vícios e defeitos, a miséria e a ignorância.
Essas energias, forças e poderes que se atraem e complementam, e se ajudam umas às outras, tanto da parte do bem como do mal, vivem intrinsecamente no interior da natureza, e inclusive da natureza humana.
Atraimo-nos uns aos outros.
Dependemos uns dos outros.
Que Deus, o Senhor, venha em auxílio da nossa fraqueza, e nos ajude a superar os limites da natureza, apontando-nos o melhor caminho a seguir, o caminho do bem e da paz, do amor e da vida.
Deste modo seremos realmente livres e felizes eternamente.

19. O Equilíbrio do Universo

A Vida humana, o tempo e a história, a natureza e o universo, o corpo material, mental e espiritual, movimentam-se equilibradamente, alternando-se entre a ordem e o progresso, a estabilidade e o crescimento, a constância e a evolução, a permanência e o desenvolvimento, o repouso e o trabalho, o descanso e a mobilidade. Esse estado de equilíbrio (justiça) é projetado, pensado, ordenado e organizado pela Razão Superior, que chamamos de Deus, o Senhor, o Criador.

20. A Ordem da Natureza

A Realidade obedece a uma ordem do pensamento.
Na realidade natural universal, existe uma lei(ordem,direito) produzida pelo Pensamento Superior, Razão Suprema, Inteligência maior e melhor.
O Pensamento pois é o responsável pela ordem existente e insistente no interior da realidade natural universal empírica objetiva.
Tal Pensamento Superior e sua lei(ordem,direito) está presente, existente e insistente, inclusive, na natureza humana, esta obedecendo àquela.
Esta é a ordem real natural.

21. A Lei da Natureza

A Natureza humana possui uma lei: a lei natural.
Diz a lei natural:
- faça o bem e evite o mal
- procure a paz e não a violência
- ande na luz e não nas trevas
- pratique o amor e não o ódio
- viva a vida e não a morte
- busque a verdade e não a mentira
- seja direito e não errado
- deseje a justiça e não a injustiça
Diz ainda a lei natural:
- sexo com amor somente entre o homem e a mulher que se amam
Diz também a lei natural:
- Deus, o Senhor, é o Criador da lei e igualmente da natureza humana.

22. A Lei do Eterno Retorno

Historicamente, durante a caminhada temporal da humanidade, em seus ambientes locais, regionais e globais, do princípio ao fim, constatou-se e comprovou-se a lei do eterno retorno. Em outras palavras, o bem e o mal sempre conviveram, com vitórias e derrotas para ambos os lados, dentro e fora do contexto tempo-espacial e eterno dessas mesmas sociedades humanas, geograficamente instaladas e historicamente constituidas. Ou seja, ora o bem vence ora o bem é derrotado. Ora o mal ganha ora o mal perde. Assim é a vida das comunidades humanas, da natureza vegetal e animal e do universo inteiro com seus momentos de luz e de trevas, com suas situações positivas e negativas, com suas circunstâncias otimistas e pessimistas, com suas condições naturais, culturais e ambientais cheias de contrariedades e adversidades, ou plenas de alto astral e auto-estima elevada.
Tal é a lei do eterno retorno.
O Bem retorna vencendo o mal
O Mal retorna ganhando do bem.
Ora a paz e a concórdia.
Ora a guerra e a violência.
Em um instante, a fraternidade e a solidariedade; logo depois, a divisão, a exclusão e a marginalização social.
Surge então uma questão importante: o bem e o mal, serão 2 princípios eternos ? Existirão, convivendo um com o outro, 2 deuses infinitos ? 2 reis, 2 mestres, 2 doutores, 2 fontes, 2 princípios, 2 origens, 2 fundamentos, 2 deuses, 2 senhores ?
Não sabemos.
No entanto, a experiência cotidiana nos afirma a insistência desses 2 momentos antagônicos, antitéticos, contrários, adversos, graves, críticos, dialéticos, contraditórios...
Cabe a nós escolher o nosso caminho.
Eu opto pela estrada da liberdade e da felicidade que me levam a Deus, o Senhor, o Criador, o Autor da Vida, o Fundamento de todos os fundamentos.

23. A Vida é uma Dialética

Muitas vezes em nossa vida diária através de uma idéia que surge em nossa mente construímos um mundo de possibilidades para a nossa existência, criamos novas realidades e diferentes experiências, produzimos ricos conteúdos de conhecimento de qualidade, como em um processo TESE – ANTÍTESE – SÍNTESE, que denominamos de movimento dialético, onde um fenômeno que acontece no cotidiano é contraposto por outro, e este por sua vez sofre uma diversa contradição gerando então um fenômeno agora transformado, resumo dos contrários que o antecederam, produto das adversidades que o geraram.
Assim é a vida de cada dia e de cada noite.
Vivemos por meio de contradições, que se guerreiam umas com as outras, gerando novos contrários e diferentes realidades contraditórias cuja síntese é um perfeito universo de experiências que tendem para o bem que fazemos e para a paz que vivemos, visto que a nossa natureza é boa originalmente, porque vem de Deus, e tudo o que ela cria e propaga caminha para a nossa felicidade e bem-estar, desenvolvendo em nós, de nós e para nós, e por nós, a boa liberdade que se identifica com o direito e o respeito vividos, a responsabilidade em nossas atitudes e relacionamentos, o juízo e o bom-senso em nossas atividades, o nosso equilíbrio mental e emocional, o controle da nossa cabeça e o domínio de nós mesmos..
Portanto, através de contradições sempre novas e diferentes vamos construindo a vida, articulando outras realidades e condicionando diversas experiências fecundas e profundas, sempre nesse processo dialético em que uma palavra produz palavras que se contrariam que por seu lado geram outras palavras que se contradizem, permitindo ao final a síntese de uma ótima ideologia transformadora, que então modifica para melhor os nossos ambientes de vida, metamorfoseando o nosso cotidiano, dando-nos pois a possibilidade de uma vivência mais ordeira e pacífica, mais fraterna e solidária, mais livre e feliz, mais saudável e agradável.
Viver portanto é contradizer e contradizer-se, o que nos propicia novas atitudes perante a realidade, diferentes olhares sobre o cotidiano, outras posturas sociais diante dos problemas, gerando-nos uma vida de possibilidades múltiplas e de alternativas diversas, mais rica em conteúdo e mais perfeita na sua experiência de cada instante.
Somos dialéticos.
Por meio da dialética, o mundo se desenvolve, a vida se processa, a realidade progride, o ambiente evolui, e crescem as nossas melhorias sempre mais abertas e libertas, renovadas e restauradas, recuperadas e regeneradas, em um movimento perene de grandes descobertas que se concretizam e de gigantescas revelações que nos surpreendem a todo momento.
Dialetizando, a vida se constrói.
Ficamos mais ricos.
Nos tornamos mais perfeitos.
Aumenta a nossa qualidade de existência.
Superamos limites.
Ultrapassamos obstáculos.
Transcendemos as barreiras dos preconceitos mentais e das superstições religiosas.
Vivemos então a excelência de uma realidade humana, naturalmente constituída e culturalmente desenvolvida.
Metamorfoseamos assim as nossas experiências e situações diurnas e noturnas.
Nos transformamos para melhor.
De bem com a vida e em paz conosco mesmo, vamos gerando novas dialéticas e fazendo das contradições presentes que aqui e agora se processam pontes para a felicidade, ferramentas de renovação interior e exterior e instrumentos de libertação material e espiritual, física e mental.
Que Deus abençoe pois as nossas dialéticas cotidianas.

24. O Controle alheio sobre nós mesmos
Mudanças temporárias
Transformações inconscientes
Metamorfoses involuntárias

Parece mesmo que a história da humanidade tem sido desde as suas origens mais remotas uma história de relações de poder, onde um sempre domina o outro, de tal maneira que o que eu penso é o pensamento alheio, os meus desejos já são desejados por outros, minha vontade já não é minha, pois sou manipulado por outras cabeças diferentes e até contrárias à minha, explorado pelos poderes de pessoas diversas que me hostilizam e querem sempre o meu prejuízo, monopolizado pelas adversidades e contrariedades do ambiente em que estou ou vivo a cada momento, dominado pelos pontos de vista de outrem, dependente dos interesses de outros seres que me olham com desdém, ignorando os meus direitos e a minha dignidade de pessoa humana, tornando-se então indiferente aos meus desejos e necessidades, e insensível às minhas dores e aos meus sofrimentos de cada dia, como que tentando roubar a minha alma e assaltar o meu corpo e o meu espírito, “chupando” como vampiros e sanguessugas o meu sangue inocente, destruindo pois a minha vida cheia de energia e estragando os meus talentos plenos de criatividade, capazes de me oferecer uma existência nova e liberta de tiranias de egos e de autoritarismos de poderes, que anseiam loucamente por me escravizar com todas as forças e me aprisionar com todas as covardias possíveis e injustiças cabíveis.
Vejam a que nível pode chegar a maldade humana, a loucura das pessoas que têm algum poder e a ruindade de seus arbítrios inflamados de maus interesses e más intenções.
De fato, o poder corrompe as pessoas.
Nesse processo de dominação, que inconscientemente observo em mim e através do meu eu, vejo mudanças acontecerem ainda que provisórias ou temporárias, sinto transformações que me deixam transtornado, alienado, irracional e irreal, experimento uma espécie de metamorfose interior onde minha vontade não é mais respeitada, minha visão de mundo não é mais aceita, e a consciência dos meus atos não é mais compreendida nem permitida por quem faz de mim objeto de seus desejos egoístas, coisa manipulável, instrumento de exploração e ferramenta capaz de me usar tendo em vista as suas intenções violentas e maldosas e seus interesses obscuros, alienantes e mortíferos, porque ao final de toda essa exploração interpessoal e interdependente, encontro-me “morto”, com a vida acabada, sem chances de recomeçar, sem oportunidades que me possibilitem sair dessa situação escrava cujas circunstâncias prisioneiras e que me carregam de algemas ideológicas e cadeias psicológicas realizam em mim de fato uma verdadeira “lavagem cerebral”, a partir da qual eu não mais existo, não sou nada, não tenho absolutamente coisa alguma, não sou mais uma pessoa comum, como qualquer outra que vem a este mundo.
Dependente dessa outra pessoa cujo poder me explora, manipula e monopoliza, modifico-me internamente, assumindo de ora em diante os conceitos e ideologias dessa pessoa poderosa, que faz a minha cabeça, dominando-me quase que totalmente, exercendo sobre mim com todo o arbítrio possível a força de me transformar em sua boneca de estimação ou em seu cachorrinho vira-latas, mudando desse modo o meu caráter e alterando assim a minha personalidade, a partir de agora sujeita a seus caprichos e interesses, arbítrios e intencionalidades, de tal modo que a minha consciência agora é a consciência do outro, assim como a minha vontade é a sua vontade e os meus desejos os seus desejos mais aviltantes e degradantes ao ponto de me colocar na “lata do lixo” da existência, no “buraco negro” de uma realidade triste e infeliz, e no “fundo sem fundo” do abismo do inferno.
Eis a intervenção alheia na minha subjetividade.
É a sua interferência arbitral, insensível e indiferente sobre o meu ego, a minha pessoa cuja dignidade e liberdade nos são dadas pelo Criador, o Autor da Vida, Deus e Senhor, que durante esse movimento de exploração alheia sobre mim vem observando os meus passos, na tentativa correta e direita de fazer justiça a meu favor oferecendo-me os benefícios de sua Divina Providência.
Tal dinâmica de sujeição, prisão e escravidão de uma pessoa pela outra exige de nós uma atitude comprometida e responsável capaz de derrubar esses limites de dominação e suas fronteiras de exploração de um ego sobre o outro, defendendo os direitos da vida e advogando os seus anseios de liberdade e felicidade em nome do Deus da Vida e Senhor da Justiça.
Que Deus nos ajude a ser justos diante dessa relação de poderosos e escravos, dando vitória à vida dos injustiçados, que como os outros merecem uma existência de dignidade e qualidade de vida cujo reconhecimento deve ser dado pela conjuntura da sociedade e o bom-senso das pessoas perante as quais essas realidades acontecem.
Sejamos justos.
Defendamos a vida.
Exaltemos a liberdade.
E que a vitória seja da felicidade.

25. Somos Dependentes/1
Inter-Dependência
Razão Social, Consciência
Coletiva e Inteligência Comunitária

Dependemos uns dos outros.
Temos necessidade de interagir e compartilhar nossas idéias e ideais, intenções
e interesses, símbolos e valores, imagens e vivências.
Em nossa realidade prática cotidiana, nos movemos e nos comunicamos, construindo a vida e destruindo a morte, criando iniciativas e oportunidades de comunicação, abertura de possibilidades, renovação de trabalhos, atividades, operações e exercícios sociais, políticos, econômicos e culturais, libertação de preconceitos e superstições irreais e irracionais, anti-culturais, impossaibilitando a negação, os contrários e as contradições de uma experiência do bem que se faz e da paz que se vive, do amor que se pratica e da vida que se partilha, se comunica, interagindo com as pessoas, favorecendo uma sociedade comprometida com a fraternidade e a solidariedade cuja saúde social e bem-estar coletivo se identificam com comunidades seguras e estáveis garantidas pelo respeito pessoal e a responsabilidade social e ambiental que devem assumir tais experiências existenciais comunitárias.
Precisamos uns dos outros.
Desejamos uns aos outros.
Necessitamos repartir nossas riquezas culturais, nosso abertura social, nosso compromisso político, nosso crescimento econômico e nossa consciência ambiental.
Dependemos uns dos outros.
Somos dependentes.
Somos inter-dependentes.
Nossa dependência física, mental e espiritual propicia a geração de favores e benefícios cujos frutos e consequências vêm ajudar nossa pobreza e miséria existenciais, tornando possível uma nova experiência de vida onde não se admitem excluidos e marginalizados, nem presos nem escravos, nem cegos nem doentes, mas sim construtores de saúde social e bem-estar coletivo, criadores do bem que se distribui e da paz que se partilha, interagindo então com situações reais cotidianas em que todos e cada um encontram as alternativas de ser feliz, alegre e contente.
Com otimismo e positivismo, animando as pessoas ao redor, motivando sua auto-estima e alto-astral, incentivando seus trabalhos e atividades em prol da coletividade, sua emergência social e emancipação política, sua pluridade cultural e seu desenvolvimento econômico, podemos realizar projetos de vida voltados para a construção da cultura da vida, do bem e da paz, ignorando os valores e tendências da cultura da morte, da maldade e da violência.
Porque dependemos uns dos outros, é possível construir melhores condições, relações e situações de vida, trabalho, saúde e educação para todos nós, fugindo de experiências negativas contrárias à busca de nossa liberdade pessoal e felicidade coletiva.
Nossa inter-dependência faz-nos responsáveis uns pelos outros, favorendo uma convivência socual em que o respeito e o direito vividos são os motores do bem-comum social, do bem-estar coletivo e da paz e do bem comunitários.
Que Deus, o Senhor, nos ajude em nossos projetos sociais, nossos planos econômicos e nossos compromissos políticos, nossas atividades culturais e nossos exercícios éticos e morais, possibilitando um futuro-presente de paz e saúde para todos nós.

25-A. Somos Dependentes/2
Inter-Dependente

Nestes 49 anos de vida, agradeço a Deus, o Senhor, a graça de ser dependente.
Dependente de Deus, o Senhor, em primeiro lugar.
Dependente da minha mãe, dona Glória da Conceição Rodrigues Gomes.
Dependente da minha família.
Dependente dos meus amigos.
Durante a vida, aprendi a ser dependente,
aprendi a ser pobre,
aprendi a ser amado,
aprendi a ser ajudado.
Percebi, tomei consciência, aprendi como é importante ser dependente.
Depender dos outros.
E os outros dependerem de mim.
Ser inter-dependente.
Manter essa inter-dependência.
Permanecer inter-dependente.
Dependermos uns dos outros.
Ajudar-nos uns aos outros.
Amar-nos uns aos outros.
Acho que Deus é assim.
Amar e ser amado.
Ajudar e ser ajudado.
Eu depender dos outros e os outros dependerem de mim.
Acho que esse é o sentido da vida,
a razão de existir,
a essência da existência.
Dependemos uns dos outros.
Somos pobres.
Graças a Deus.

26. O Respeito à Natureza

Respeitar-nos é a condição da ordem interior, da saúde quase perfeita, da felicidade biológica, psíquica e social, e do bem-estar material e espiritual, físico e mental, que buscamos e lutamos por viver nesta vida temporal e eterna, histórica e transcendente.
Se desejamos a paz interna e ficar de bem com a vida, então batalhemos por respeitar e levar a sério a natureza humana, assim como reverenciar os outros seres naturais como os animais e as plantas, que têm vida, e por isso merecem a nossa veneração e consideração.
Sejamos naturais.
Respeitemos a nossa natureza.
Sejamos compreensivos e procuremos entender os nossos limites naturais, as nossas condições humanas, as nossas diferenças sociais, as nossas definições temporais e os nossos determinismos históricos, assim também as regras da sociedade e os padrões de comportamento do homem e da mulher que o mundo nos impõe.
Nos respeitemos.
E respeitemos os outros.
E respeitemos a Deus em primeiro lugar.

27. Os Preconceitos Mentais e
as Superstições Religiosas

Tanto os bloqueios mentais – como os preconceitos – como os travamentos irracionais – como as superstições – assim igualmente as confusões da consciência e as complicações irreais, constituem limitações da vida humana no seu processo de construção de conhecimentos sólidos, de uma cultura forte e saudável, de idéias e ideais bem fundamentados em seus valores, virtudes e vivências, os quais sempre fazem o caminho do progresso físico e mental, material e espiritual, suportando nessa caminhada crescente e evolutiva choques de culturas diferentes e conflitos de mentalidades diversas, verdadeiros limites do desenvolvimento humano, naturalmente produzido e culturalmente articulado, enfrentando pois a violência da linguagem dogmática e de suas expressões fantásticas e imaginárias, representações portanto da irracionalidade inconsciente e da irrealidade plena de obstáculos em forma de palavras aberrantes e seus conceitos fechados e suas definições obscuras.
Essas travas da mente e tais bloqueios da racionalidade limitam a capacidade humana e sua criatividade, e as possibilidades que ela tem de se desenvolver em todos os sentidos da vida natural e existencial.
Superamos essas fechaduras da inteligência quando nos abrimos ao diálogo, renovamos nossas boas intencionalidades de crescimento interior e exterior, e nos libertamos de pessoas e ambientes contrários aos nossos bons propósitos de progresso em todas as áreas do conhecimento, da ética e da espiritualidade.
Através do debate, ultrapassamos essas barreiras da mente.
E transcendemos as fronteiras da miséria e da ignorância.

28. As Fechaduras das Prisões Ideológicas

Ao abraçarmos uma determinada ideologia de algum poder ou grupo partidário, esses conjunto de idéias que formam e representam a teoria de tal partido político, nos fecham para outros ideais, bloqueando nossa entrada simultânea ou não em outra esfera política, travando nossas alternativas de liberdade que poderiam ou não escolher outras, novas e diferentes ações partidárias, de acordo sempre com nossas opções ideológicas ou tentativas de abertura para diversas representações racionais de cunho politizante.
O que acontece é que nesse momento em que abarcamos essa representação ideológico-partidária nos fechamos quase que totalmente em uma prisão de idéias e valores, símbolos e imagens, práticas e vivências, que agora nos escravizam, das quais passamos a depender, por elas então manipulados em nossas consciências, dominados por seus arbítrios incontidos, explorados por suas tendências opressoras, oprimidos por sua violência desrespeitosa e monopolizados por seu universo sem saída, sem portas nem janelas, portanto, um mundo obscuro que na verdade nos aliena quase que completamente da realidade ao nosso lado e em torno de nós.
O Poder central do partido e sua ideologia política fecham as nossas liberdades, alternativas de saída e as nossas opções de abertura, aprisionando-nos em seu mundo de cadeias bem ordenadas e escravizando-nos em seu universo de cárceres bem organizados.
Limitados então por essas fechaduras, vemo-nos ludibriados por suas vantagens aparentes, enganados por seus interesses passageiros e desvirtuados por suas aberrações sem benefício algum para nós.
Nos limites da prisão e nas fronteiras da escravidão, tentamos derrubar suas fechaduras arriscando a nossa vida diante da violência do partido, do desvio da ideologia e da maldade do poder.
Nessa hora, só nos resta rezar.
Pedir a Deus a nossa libertação.
Salvar-nos de tamanha covardia e de tão cruel injustiça.
È difícil superar essas limitações, porém não impossível.
Precisamos de um pouco de malandragem.
E da ajuda de Deus, é claro.

29. A Escravidão psíquica e bio-social

Cegos internamente, doentes emocionalmente e escravos mental e socialmente, muitas vezes nos alienamos da experiência real cotidiana porque seguimos pontos de vista nossos e dos outros que na verdade nos tornam dependentes patológicos, pois assumimos idéias e valores doentios, que nos afastam de nossos amigos e familiares, nos isolam do ambiente em que vivemos, nos fazem pessoas solitárias, irrealistas e irracionais, inconscientes e imaginárias, enlouquecidas portanto por visões de mundo que nos são indiferentes, não tem nada a ver conosco, insensíveis aos nossos comportamentos, que ignoram nossos desejos e necessidades, mas que são atraentes para nós, fazem a nossa cabeça, conquistam o nosso coração, embora às escondidas riam da nossa cara, nos ignorem e desprezem.
Sofremos com essas humilhações involuntárias.
Adoecemos com esses interesses alienantes.
Dependemos patologicamente de tais iniciativas culturais, que não estão nem aí para nós, nem dão vez e voz para os nossos gritos de dores psicológicas e espirituais, sociais e biológicas.
Nossos gritos dolorosos na verdade não são ouvidos, todavia abafados por estranhos interesses e sufocados por esquisitas intencionalidades.
Escravos e dependentes, nos encontramos em uma rua sem saída.
Só nos resta então acordar, e recomeçar a nossa vida, refazendo a nossa cabeça, optando por outras interpretações da realidade que nos renovem interiormente e nos libertem externamente.
Sim, precisamos de uma outra cabeça.
Nova e diferente.
Desse modo, superaremos esses limites.

30. O Limite é o nosso
Equilíbrio e Bom-senso

Nas circunstâncias mais difíceis e quase impossíveis de viver, diante dos graves problemas e dificuldades do dia a dia, perante as situações mais críticas e dialéticas, tristes e angustiantes, aflitas e desesperadoras, como a doença de um parente ou a morte de um conhecido, o desemprego de um amigo ou a briga com a namorada, em quaisquer momentos de contrariedades em nossos relacionamentos e adversidades no trabalho ou dentro da família, em todos os instantes da existência cotidiana em que nos deparamos com conflitos e violências, maldades das pessoas e ruindades dos marginais e traficantes de nossa realidade atual, sempre nessas horas boas ou contraditórias devemos ter equilíbrio mental e emocional e usar o nosso bom-senso racional e consciente para bem administrar as nossas atitudes, bem ordenar os nossos comportamentos, bem disciplinar as nossas atividades e bem organizar os nossos exercícios da mente, do corpo e do espírito.
Sim, o nosso limite natural, humano e consciente, que nos faz viver bem e gozar com qualidade as boas coisas que a vida nos dá, que nos torna autênticos e transparentes em nossos atos sociais, políticos e econômicos, que nos transforma em bons cidadãos e cidadãs livres e felizes no interior de nossas sociedades, que realiza o nosso processo permanente de construção interior e exterior, a partir do qual podemos crescer humanamente, evoluir natural e culturalmente, progredir física e mentalmente, nos desenvolver material e espiritualmente, emergir socialmente, nos emancipar politicamente, dilatar a nossa boa compostura ética e aumentar o nosso compromisso com Deus e com a nossa comunidade, alargando com os outros os nossos laços de amizade, fraternidade e solidariedade, é sem dúvida alguma o nosso bom equilíbrio da mente e o nosso bom-juizo racional, ferramentas da natureza que o Senhor Deus se instrumentaliza para nos ajudar a ter boa saúde pessoal e bem-estar coletivo, configurando assim uma humanidade de bem com a vida e em paz consigo mesma.
Sensatos e equilibrados nos tornamos mais humanos, mais naturais e mais conscientes de nossos direitos e obrigações no meio da sociedade.
Eis o limite natural de nossa humanidade.

Conclusão

Compreendendo os nossos limites naturais e existenciais é possível respeitá-los em nós e nos outros, assumindo a partir de então um comportamento ético bem equilibrado, capaz de entendê-los e bem conviver com eles, propagando para todos a necessidade presente de tomarmos conscientização desse problema real, ajudando as pessoas ao nosso lado e ao nosso redor a saber a importância deles nessa hora atual da história da humanidade, tendo em vista a sua boa vida neste mundo e além, a sua ótima qualidade de vida e existência, as quais serão alcançadas com o nosso respeito próprio e alheio e com a responsabilidade de agirmos já em função do bem-estar de nós e de nosso semelhante.
Nos limites do nosso bom-senso, a nossa verdadeira saúde, a nossa real liberdade e a nossa autêntica felicidade.
Que então portanto nesse momento o respeito seja a nossa marca.
Que Deus nos ajude.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Encontrar-se

Encontrar-se

No dia a dia da nossa vida, existem situações em que buscamos sentido para a nossa existência, razão para o nosso viver, respostas corretas para tantas perguntas, soluções prontas para diversos problemas cotidianos.
Vivemos em busca da nossa identidade, de nossa realidade interior, de nossa felicidade pessoal e coletiva, de nosso bem-estar físico, mental e espiritual.
Queremos nos encontrar.
Encontrar a paz interior.
Encontrar a calma da alma e a tranqüilidade do espírito.
Encontrar a verdadeira liberdade, fonte de felicidade, saúde e bem-estar.
Encontrar sentido para a nossa vida de cada dia e toda noite, e toda madrugada.
Precisamos nos encontrar.
Encontrar os outros.
Encontrar a Deus.
Realizar um quase perfeito encontro consigo mesmo.
Isto é um desejo.
Outra é a realidade.
Todavia, todos nós buscamos este encontro com a gente mesmo, razão de nossas existências à procura de respostas e sentido de nossa interioridade ansiosa para resolver o maior de todos os nossos problemas da vida: como encontrar a paz da consciência, a calma da alma e a tranqüilidade do espírito?
Vivemos em busca dessa resposta.
Todos querem se encontrar.
Homem ou mulher, buscam o perfeito encontro consigo mesmos.
E o que é se encontrar?
É beijar a maçã do jardim do Éden.
É abraçar os amigos conquistados e amar com respeito as mulheres que encontramos diariamente.
É respeitar para ser respeitado.
É ser bom e amigo das pessoas.
É agradecer a Deus por um benefício.
É louvar o Senhor por suas maravilhas entre nós.
É bendizer o Espírito Superior e Supremo pela beleza da mulher, pela coragem dos homens, pelo sol que Ele acende todos os dias.
Encontrar-se é viver o repouso, dormir em paz, descansar com alegria e satisfação.
Encontrar-se é dar um tempo e um lugar para Deus na nossa vida.
Encontrar-se é deixar os outros existirem, não aprisioná-los nos nossos pontos de vista nem escravizá-los em nossas visões da realidade.
Encontrar-se é permitir a liberdade para si e para os outros.
Encontrar-se é a felicidade interior, estar de bem com a vida e em paz com todos e cada um.
Encontrar-se é não ter inimigos nem adversários, mas ser amigo de todos que gostam de uma boa amizade.
Encontrar-se é estar bem com Deus, consigo e com os outros.
Encontrar-se é achar o tesouro do céu e a pérola mais preciosa do paraíso.
Encontrar-se é amar e ser amado.
Encontrar-se, sobretudo, é preencher os nossos vazios com uma música que nos acalme e com um silêncio que nos tranqüilize.
No silencio, me encontrei.
Encontrei Alguém mais do que eu, maior do que eu, melhor do que eu.
No silêncio, Deus me apareceu e se encontrou comigo.
Então, encontrei-me.
Deus, o meu sentido.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Velhice

Saber Envelhecer
Da bengala para a cova

1. Idade dos Limites

Quando na rua converso com idosos, ou bato um papo legal com pessoas da terceira idade, ou troco idéias com aposentados e pensionistas do INSS, sempre costumo apreciar a sua sabedoria de vida e a sua grande experiência acumulada durante toda a sua trajetória de existência, o seu respeito às pessoas e o seu equilíbrio mental e emocional, o seu bom-senso das coisas e a riqueza de suas virtudes morais como a bondade e a paciência, a sua fé em Deus e o seu otimismo ainda que cercados por problemas, conflitos e dificuldades na rua ou na família, mesmo que impossibilitados por seus limites naturais e humanos ou doenças que lhes sobrevêm ou cansaços físicos e materiais, fadigas espirituais ou esgotamentos psicológicos, resultado de uma realidade absorvida pelo trabalho duradouro onde as fronteiras do tempo e as imposições de enfermidades ou o surpreendente encontro com a morte parecem as marcas registradas de uma velhice bem vivida em que o convívio com os seus produz estigmas inesquecíveis que fazem da saudade de quem parte uma oportunidade para fazer da lembrança uma porta de vida e esperança para os mais novos, desejosos de seguir o mesmo caminho dos mais velhos.
Esse o cardápio de uma boa velhice.
Onde a dignidade é a sua lei.
O Respeito a sua norma de vida.
O Equilíbrio a sua boa consciência e a sua verdadeira liberdade.
O Bom-senso a sua estrada de felicidade.
A Responsabilidade a garantia de uma existência final mais segura e tranquila.
A sua fé em Alguém Superior é a sua sustentabilidade cotidiana.
Os velhos, conscientes de seus direitos e cumpridores de seus deveres e obrigações, são para nós exemplos de vida e modelos de uma existência sensata onde identificamos a paz das virtudes equilibradas, o otimismo do sorriso de bem com a vida e a alegria de um dia a dia experimentado com a força de valores bem estabelecidos e a firmeza de princípios bem consolidados. Daí os velhinhos serem bem orientados, e serem bons orientadores das gerações mais jovens.
Esse o caminho de uma velhice feliz.
Nela, a paz reina e o impérío do bem é o seu registro na história.
Todo velhinho é bom.
Graças a Deus.

2. Diante dos contrários

Nesse tempo de limites onde a natureza impõe regras de conduta e maneiras de se comportar e relacionar, o velho convive com sofrimentos de toda espécie, suas dores parecem intermináveis, a possibilidade da morte o assusta e entristece, angustia e deprime, a enfermidade chega avisando-lhe que precisa se cuidar, abrir o olho, ficar esperto, ser malandro perante as adversidades, ter paciência com o perigo que o rodeia e procurar sempre enfrentar com coragem o risco de viver que passou a ser agora a vivência de então. Eis que está cansado de tudo e de todos, só deseja dormir, esquecer os problemas, afastar-se da família e dos amigos e conhecidos, tentar ignorar as doenças que surgem e fazer de suas moléstias advindas um paliativo que o conscientize das fronteiras desse momento terminal em que as dificuldades são tantas, os conflitos são muitos, as contradições numerosas, as incertezas o incomodam, as dúvidas o instabilizam causando-lhe confusão mental, distúrbios físicos, emocionais e psicológicos, transtornos morais, sociais e espirituais, o que o deixa parcialmente enfraquecido, esgotado na cabeça e cheio de fadigas na ordem do corpo e da alma, da mente e do espírito. Frente a frente com esses contrários de sua existência final deve buscar sempre o equilíbrio e a paciência, procurar ser positivo e otimista, repousar bastante, se puder fazer alguma atividade cotidianamente, conversar com os companheiros, admirar as mulheres, ocupar a mente e sair da rotina, caminhar com assiduidade, crescer em harmonia com a natureza e o universo, lembrar-se de Deus e fazer da oração o sentido da sua vida, realizar coisas boas e encontrar-se com o bem que deve fazer, viver em paz uns com os outros, ter tranquilidade em si e ser calmo nos relacionamentos, usar o bom-senso em suas ações do dia a dia e fazer do juizo a lei de sua hora terminal. Desta maneira, conviverá bem com seus opostos, se comprometerá com uma velhice de qualidade, respeitará seus limites naturais, devendo agir em função de um momento em que suas fraquezas o determinam e suas carências definem seu estar-no-mundo, exigindo dele parceria com os seus, a companhia de alguém que também o respeite e compreenda, tolere suas inconstâncias e ausência de normas, ajudando-o a viver esses instantes decisivos de sua história temporal. Assim, se preparará para uma eternidade feliz, mais além.

3. O Convívio com a adversidade

Em ambientes de família onde repousam seus pensamentos finais, suas limitações físicas, psicológicas e espirituais parecem mais vivas e reais, suas fronteiras com o tempo estão mais acesas, obedecendo a um ritmo de ação em que sobressaem muitas vezes o Mal de Parkinson ou a Doença de Alzheimer, o Diabetes e o Sedentarismo, Transtornos Cardiovasculares, Distúrbios no cérebro e no coração, o terror do AVC(Acidente Vascular Cerebral), Indefinições no metabolismo do açúcar e do colesterol, e sua atitude quase sempre lenta perante os fatos do dia a dia quando não consegue perceber muito bem a notícia sobre o acontecimento verificado, e suas interpretações dos fenômenos da realidade estão sujeitas à confusão mental, à falta de juizo em algumas atividades, à presença de comportamentos pessimistas em relação à vida de cada momento e sua quase sempre negatividade junto aos seus, os velhinhos se encontram sim abandonados à consciência de seus limites e empreendem atitudes nesse sentido, enfatizando a convivência com doenças em geral, sua expectativa acerca do mistério de sua idade avançada carregada de sintomas de desequilíbrio emocional quando é claro o cidadão da Terceira Idade padece de vazios psicológicos junto aos seus, não consegue agir com bom-senso em algumas situações, e seu domínio da realidade se vê fraco, débil, enfermo, sofrendo as consequências de seu encontro com a morte a qualquer instante, e assumindo o peso de um cotidiano que não respeita e valoriza muito os mais velhos, fruto de uma sociedade em crise de valores éticos bem consistentes e de princípios morais, sociais e religiosos ainda não tão bem consolidados na essência da temporalidade de uma idade em choque com suas gerações mais jovens, em conflito consigo mesma, com dificuldades também financeiras ou com problemas em sua interioridade exigindo das pessoas terminais uma postura de equilíbrio em que deve harmonizar os defeitos dos outros com suas carências afetivas, a imoralidade de alguns com suas posições tradicionais de visão de mundo e de sociedade, como que se identificando uma realidade de controvérsias entre os sujeitos dependentes dos os outros e sua ânsia por autonomia e independência social, psicológica e ideológica. Nesse processo de alteridades existenciais, de metamorfoses cotidianas e de transformações na sua maneira de pensar, sentir e agir, se encontra a chave de compreensão dos antagonismos de uma velhice praticamente sem fundamentos alguns quando seu único ponto de apoio e sua tábua de salvação são os filhos e os netos, o que gera no idoso um certo estresse biológico, aflição na mente, conflitos de consciência e instabilidade em sua prática de vida cotidiana, sofrendo então os males da intolerância interpessoal e do desrespeito intercambial, sem praticamente modificações no seu olhar sobre o mundo visto que interpreta a realidade de um modo certamente hostil, conflitante e desestabilizador, quando cai em briga com suas ausências junto às pessoas do seu convívio humano, familiar e social. Como se observa, o idoso parece se encontrar em um universo sem opções, em uma rua sem saída para seus problemas de todas as horas e em uma via de existência que não lhe dá alternativas de bondade, compreensão e amizade, concórdia e convergência. O velho se acha só diante de um mundo de disputas críticas e dialéticas e mesmo assim mergulha em um contexto que ele vê como salvação de sua vida perante essas turbulências do cotidiano. A sua resposta é a tristeza e a angústia em face de seus limites e a resignação psicológica em frente a um quadro negro de circunstâncias contraditórias. Sim, o velho quer se libertar mas não consegue. Então se entrega à vida que o leva para o que Deus quiser e as condições do tempo e da história possam ser os determinantes de sua trajetória existencial final. Seu desejo é sumir, sua realidade é a depressão e o seu instante é de dúvidas e incertezas mesmo que se segure ainda em fundamentos acumulados com o tempo. Deus é a sua única possibilidade de vida. Em seu íntimo, reza ao Senhor. E sua fé o carrega nas costas para ele não cair na incongruência sem lógica de uma existência sem dó e sem pena de suas criaturas. Só lhe resta o silêncio.

4. O importante é lutar

Então, em sua crise existencial e perante expectativas e apreensões de sua natureza, o velho pensa e reflete: “Podem os rios secarem, ou as rosas não mais soltarem seu perfume suave, ou os passarinhos deixarem de cantar, ou os homens pararem de trabalhar, ou as mulheres não mais amarem, namorarem e paquerarem, todavia não faltará o Fundamento de todos os fundamentos, a causa das atividades humanas e naturais, o princípio do amor e do sexo, a origem da natureza e do universo e sua criação de seres vivos e animados.
Podem estar ausentes as nossas forças de agir, ou as nossas motivações para trabalhar e estudar, ou as nossas energias para rezar e conversar com Deus, ou o nosso entusiasmo para brincar e dar um sorriso para as pessoas, ou os nossos ânimos não reagirem perante a violência da Cidade e a crueldade dos campos, ou não termos mais incentivo para viver e existir de uma maneira razoável, otimista e equilibrada, ainda assim as raizes do ser continuarão a existir, as fontes do pensamento permanecerão de pé e as bases de uma existência de qualidade e bom conteúdo serão ainda mais vivas pois são sustentadas por Aquele que é o Senhor das almas e o Deus dos espíritos, o Criador, o Autor da Vida.
Podem nossas lágrimas não mais chorarem, ou nossa alegria não mais se manifestar, ou nosso bom-senso ser incapaz de fazer o que sempre fez, ou o direito desaparecer de nossa realidade cotidiana, e os indivíduos não mais se tolerarem e respeitarem, mesmo assim a vida se eternizará nos bons princípios éticos e espirituais que cultivarmos em nossa consciência e nos grandes valores morais e sociais condutores de nossa liberdade, sustento de nossa felicidade aqui e agora, e mais além.
Podem as coisas da vida se fazerem violentas, ou quase todos perderem a cabeça com os males da sociedade, ou os distúrbios da mente afetarem nossas emoções, ou os transtornos da alma e as turbulências do corpo contaminarem nossa boa vontade de ajudar uns aos outros, ainda assim acreditarei em Deus, e continuarei lutando em defesa da vida e em favor do amor, advogando em benefício da justiça e creditando minhas ações em prol de uma realidade humana mais transparente, verdadeira e autêntica.
O importante é continuar lutando.
A Vitória pertence a Deus”.

5. Em busca de uma resposta

A Crise da Terceira Idade começa a se manifestar quando a vida do idoso passa a ser um constante questionamento, percorrendo os seus momentos de lucidez até chegar à perda de parcial consciência das coisas, saindo de interrogações sobre o seu passado e presente junto à família até se chocar com a irracionalidade de situações em que demonstra perda relativa da memória, inteligência frágil, insatisfação sentimental, confusão de idéias, complicações na sua saúde biológica e psicológica, conflitos com o seu meio social, isolamento e solidão, o que reflete certamente a sua ânsia por segurança física e mental, emocional e espiritual, seu desejo por uma existência de estabilidade e tranquilidade, a sua procura por respostas que acalmem sua indisposição alimentar, seus distúrbios da mente e seus transtornos do espírito. Nessas horas de instabilidade emocional, ele busca a Deus, quer se segurar em Alguém que seja sua tábua de salvação neste mundo real que o rejeita, ignora e exclui. Então, se achega aos seus familiares que percebem sua transição de uma vida consciente para uma realidade de inconsciência quando necessita de amparo, precisa do aconchego familiar, quer abraçar se possível a todos que lhe garantam força para caminhar e energia para sustentar sua realidade humana bastante enfraquecida, limitada na natureza, debilitada pela doença, quase que perdida psicossocialmente, parecendo-lhe indispensável uma companhia permanente que lhe dê carinho e atenção, segurança e estabilidade, calma e tranquilidade, repouso para o corpo e descanso para a alma. Ora, a presença dos amigos é importante, a ajuda dos parentes indispensável, a colaboração de todos é fundamental. O Velho está carente, só e precisa de alguém do seu lado. É a hora da verdadeira amizade. Sofrendo, vê que não pode ficar sozinho. Precisa de companhia.

6. O Fator Presencial

Ter alguém do seu lado, fazendo-lhe companhia, ajudando-o a fazer suas atividades diárias e noturnas, colaborando com seus afazeres domésticos ou dialogando com ele em suas horas de descanso e solidão, batendo um papo bem gostoso com quem fez da vida a sua sabedoria de existência, a sua escola de aprendizagem em termos de conhecimento e sentimento, o seu caminho de experiências agradáveis mas também tristes e angustiantes, a sua estrada carregada dos vazios do espírito e da plenitude de uma realidade humana bem vivida junto aos seus. O Velho na verdade certas horas deprimido ou depressivo não quer apenas pessoas perto dele todavia quando possível realizar ações que promovam sua auto-estima elevada, aumentem o seu astral diante de ambientes diversos e adversos, diferentes e contrários, exigindo dele equilíbrio de consciência e bom-senso ao encarar situações instáveis e incômodas muitas vezes, boa atitude de malandragem perante um mundo de contradições generalizadas onde os mais velhos sobram dentro da sociedade, são excluidos de seus contextos de esporte e lazer, jogos e entretenimento, ignorados quase sempre porque não têm a mesma energia de antes e não podem suportar tempos excessivos de atividade, ou ainda rejeitados até por amigos e familiares e parentes, os quais parecem não querer perder tempo com quem é inútil a seus olhos, desprezível para a sociedade que pensa em status quo acima da média ou que recusa sua participação e envolvimento em assuntos onde reinam a velocidade moderna, a rapidez dos trabalhos executados e a aceleração de gerações mais jovens interessadas em viver a vida sem necessitar se perturbar ou incomodar com a presença de pessoas da terceira idade. Entretanto, os velhos gostam de ser amados, respeitados e valorizados como todo e qualquer cidadão ou cidadã desta sociedade cheia de preconceitos e de não inclusões humanas e culturais. Nesse processo de inclusão aceito por alguns e de exclusão abraçado por outros, o idoso sofre, se vê solitário, precisando de ajuda, necessitado de alguém do seu lado que dialogue com ele, interaja com seus pensamentos e compartilhe de suas idéias, sentimentos e atitudes variadas, outras vezes controversas, porém que têm algo de rico e profundo para apresentar às pessoas de seu entorno, cooperando com sua obtenção de qualidade de vida e excelência de experiências ótimas de trabalho e vida que só os cidadãos e cidadãs aposentados e pensionistas do INSS podem nos oferecer de imediato. Os velhos apesar de seus limites naturais ou de suas enfermidades incômodas querem participar do debate acerca dos problemas da sociedade, dar a sua opinião em questões políticas e partidárias, apresentar soluções e dar a melhor resposta que pode caber nesse momento, manifestar seu ponto de vista pessoal sobre os fenômenos da realidade cotidiana certos que podem outrossim colaborar para um mundo melhor e para uma humanidade mais feliz do que é hoje. Os velhos conscientes ou não querem participar. Interessa-lhes comungar com a melhoria de qualidade de vida das pessoas que se encontram do seu lado e em torno de seus espaços terminais e de seus tempos onde o limite é a sua lei.

7. Quando chega a depressão

Ao constatar que suas seguranças estão abaladas, um quadro vermelho de instabilidades sociais e familiares, psicológicas e emocionais, mentais e espirituais, invade sua vida de limitações plurais, ou então a irritação o persegue, fica nervoso constantemente, perde a cabeça muitas horas, briga com seus familiares, a ira sobe as escadarias de uma existência agora confusa e perturbada, a raiva de todos parece ser seu único caminho de ação, a cólera mergulha em seu corpo e sua alma, discute sem querer, solta palavrões um atrás do outro, o conflito se acostumou a ser sua trajetória de realidade mais autêntica, vive um dia a dia de problemas e dificuldades, desde então, o velho cai no fundo do poço do espírito, entra no abismo de um ambiente hostil e de contradições permanentes, deseja só ficar deitado e dormir eternamente, não possui forças para se levantar, não tem ânimo para reagir, passa a conviver com a depressão patológica, responsável por sua vida de altos e baixos, de quedas e subidas, de créditos e débitos, de ascensão e buraco mais fundo, o que lhe deixa triste e angustiado, sem energias para dar a volta por cima, carente de amor e isolado de todos, pois seus limites subiram a sua cabeça confusa e as fronteiras do tempo parecem lhe dizer que a morte ronda seus espaços de existência final. Anseia por morrer. Não quer mais saber de nada. Está cansado da vida e esgotado mentalmente. A Fadiga o deixa caido, e inicia o esquecimento de si mesmo e dos outros, já que sua memória está fraca e sua inteligência não funciona mais como deveria. Só quer dormir. Perde toda iniciativa. Não vê motivação para viver e existir. Parece vegetar. A Inconsciência o visita diariamente. Luta pela razão, ainda quer a lucidez, mas seus limites parecem mais fortes, a doença toma conta de sua natureza e a enfermidade o deixa no chão, caido na rua de casa, ou perdido em uma consciência que não mais faz a diferença entre as coisas. Quer a morte. Eis a sua íúnica estrada opcional nesses instantes de fronteiras indefinidas e de contornos indeterminados. Está à margem do último suspiro. A respiração fica frágil e só tem um anseio: a morte.

8. O Caos em pessoa

A partir do 60, 70 e 80 anos quando o idoso já aposentado, permanecendo ou não no mercado de trabalho, ou desenvolvendo atividades como estudos de informática, trabalhos na internet, participação em eventos esportivos, artísticos e musicais, ou vendo televisão em casa ou ouvindo rádio em seu apartamento, ou assumindo amores e romantismos com companheiras de sua idade, convivendo com as gerações mais novas em shows e espetáculos de dança, lazer e entretenimento, ele observa que, apesar de todas essas ações e atitudes, onde descansa ou não, ele constata, entende e reconhece que sua vida de cada dia, noite e madrugada virou um caos, as coisas não funcionam mais como antes, as ocupações desapareceram, os amigos se distanciaram, a família já começa a olhá-lo com outros olhos, os parentes o excluem de seu cotidiano na rua ou em seu lar, os conhecidos nem se lembram mais dele, e sua memória agora, fraca e debilitada, doente e frágil, parece não mais recordar a riqueza de suas experiências e a beleza do seu passado, a sábia prática de vida em que o saber das idéias e o poder de suas ações interferiam na vida das pessoas ou interviam para ajudar a resolver problemas da sociedade, solucionar dificuldades em sua existência pessoal e de grupo, social ou financeira, ou ainda bem administrar conflitos de uma cidade agressiva, violenta entre si, que faz da cultura da morte e de uma mentalidade do mal o sentido de seus ambientes hostis e a razão de seus contextos contraditórios onde reinam o desequilíbrio mental e emocional, a irracionalidade das consciências e a insensatez de quem não gosta da vida e vive a perseguir, incomodar e admoestar quem faz de sua realidade viva uma oportunidade para namorar e paquerar, trabalhar e articular atitudes em prol do progresso de suas comunidades fazendo evoluir suas inteligências na construção de boa saúde e bem-estar para todos e cada um. Diante desse caos interior de consequências externas, ele quase sempre perde a cabeça, adquire enfermidades terminais, seu colestoral negativo aumenta e o diabetes o faz um cidadão cansado, deprimido e problemático, tornando-se então um obstáculo para todos e uma barreira inquietante para os seus. Nessas horas depressivas, pensa na morte, enfrenta os desafios de uma velhice incontrolável, sofre com os preconceitos de seus familiares, vive a rejeição de quem deveria compreendê-lo e ajudá-lo a superar essa crise final de uma terceira idade de transtornos de todo tipo e cujo modelo de distúrbios agora frequentes estão a derrubá-lo frequentemente ao ponto de ao se deitar na cama, querer dormir para sempre, não mais desejar acordar. Caótico, o velho se esgota, cansa de viver e a fadiga é a sua única norma de vida cotidiana. Uma realidade crítica e dialética que só quem a experimenta sabe de seus infortúnios, aflições e desesperos, tristezas e angústias em jogo. O Velho quer morrer. Não atrapalhar mais a vida de ninguém. Não ser mais incômodo para as pessoas. Então precisa de orientação psicológica e espiritual para não afundar no fundo do poço. Que Deus o ajude. A Fé é importante nesses instantes derradeiros.

9. Em nome da Memória

A Lembrança do passado também é uma forma de viver a vida quando o cidadão ou cidadã da terceira idade recorda suas experiências positivas e negativas em sua trajetória cotidiana ao longo do tempo desde o nascimento até esses dias atuais ou suas práticas de cada dia, noite e madrugada otimistas e pessimistas refletindo tudo isso junto aos seus, contando-lhes histórias antigas, vivências interessantes e importantes maneiras com que soube encarar a vida diária convivendo com opostos, fazendo o bem e o mal, cultivando saberes, sentimentos e emoções ou agindo com violência em circunstâncias em que era necessária a agressividade, como ainda os momentos agradáveis e desagradáveis no trabalho e em casa, na paquera com as mulheres ou na construção de amizades sinceras ou de amigos que se foram e não voltam mais. É a hora da saudade. Saudade dos velhos tempos de criança e adolescência, dos namoros quentes e apaixonados da juventude e de uma maturidade cujo ápice é esses instantes de reflexão e compartilhamento com amigos, parentes e familiares. Hoje, ele vê a saúde indo embora, desaparecer os seus conhecidos, o amor não existe mais, e sexo é coisa que aposentado jamais viverá pois em condições terminais só lhe resta o silêncio dos justos, ou a sobriedade das pessoas direitas ou a transparência de quem viveu a vida com autenticidade, interagindo com todos, buscando o bem e realizando coisas boas com tudo e com todos. Tal recordação lhe faz bem, é um modo de passar o tempo saboreando virtudes elevadas e conteúdos de conhecimento de qualidade como garantia de bom exemplo para os mais jovens, oferecendo-lhes sua tradição de bons hábitos e costumes excelentes, riqueza de vida espiritual feita com profundidade, sinceridade e honestidade. “Olha, o velho tá indo embora. A gente se reencontra na eternidade”.

10. Problemas generalizados

Chegado esse tempo terminal o velho parece cabisbaixo porque ninguém liga para ele ou lhe dá atenção, a família o ignora e é desprezado por quase todos que se achegam a ele, ridicularizado muitas vezes diante dos filhos e netos, sofrendo o peso da idade e um mundo de dúvidas e incertezas que inquietam e desestabilizam seu coração cansado, sua mente esgotada e seu espírito fadigado, quando um complexto de transtornos invadem seu corpo e sua alma, distúrbios aumentam e se avolumam afligindo sua realidade interior, tirando-lhe o sossego e causando-lhe insatisfação emocional, fraqueza psicológica e carência afetiva e social, o que o faz se isolar do seu meio e mergulhar em um estado profundo de solidão e depressão tornando seu contexto de saúde abalado, desanimado e problemático. E eis que então apela aos deuses, se segura em tábuas de salvação, se agarra em mitos, ídolos e personagens da história a fim de que possam garantir-lhe a segurança pessoal, tranquilizar a sua alma e estabilizar a sua consciência cercada de um ambiente de hostilidades e contrariedades, desanimando-o perante o cotidiano, tornando-o um amigo da cama onde se atira diariamente em um sono fundo capaz de derrubá-lo se ele vacilar com seu instante de instabilidade física. Ora, nesses momentos de abismo espiritual, o idoso talvez se veja afundando no poço da existência, pois se encontra sozinho e sem quem lhe faça companhia ou lhe dê a cortesia constante de um abraço apertado e um beijo motivador. Sente a falta de alguém. Precisa de uma presença ao seu lado. Ocorre que nessa hora ele se segura na mão de Deus, sua única resposta para seus questionamentos permanentes, sua única solução para seus problemas, sua única saída de frente para tantas interrogações do dia a dia. Só sua fé em Alguém Superior torna sua realidade viva capaz de prosseguir na estrada e se entusiasmar novamente por um caminho de existência de qualidade de conteúdo material e espiritual. Pensando assim, dorme tranquilo, já que Deus é sua segurança, tranquilidade e estabilidade. Tal clima de situações finais faz-lhe um ser pacífico, calmo em sua alma e em repouso no corpo e no espírito. O Velho dorme em paz.

11. Problemas e Soluções

No dia a dia da família, junto a parentes, amigos e conhecidos, o cidadão ou cidadã da terceira idade sente o tempo passar, a vida mudar, o mundo se transformar, a sociedade voltar-se para coisas antigas ao mesmo tempo que avança à procura da modernidade, sustentando uma convivência social muitas vezes marcada pela violência e a maldade das pessoas ainda que a solidariedade impere quase sempre como alternativa de uma ordem feliz dentro do convívio humano. Olhando tudo isso, o velho vê os problemas a sua volta e busca respostas para tantas perguntas e soluções para inúmeras dificuldades, conflitos internos e contradições no meio em que vive com seus familiares. Doenças da terceira idade como o Mal de Parkinson, o Diabetes, o Colesterol Alto, a Doença de Alzheimer, o Tabagismo exacerbado, o Alcoolismo exagerado, Doenças Coronárias, Cânceres em geral, a Hipertensão Arterial, a Obesidade, o Sedentarismo, o AVC(Acidente Vascular Cerebral) são incômodos e inquietações que devem ser superados com um pouco de paciência, otimismo de vida, sorriso no rosto, alegria de viver, equilíbrio mental e emocional, bom-senso das coisas, fuga da rotina, um sono tranquilo, exercícios físicos como corrida e caminhada e ginástica, alimentação regular, saudável e sensata, lazer e entretenimento, ocupação da mente com trabalhos possíveis de fazer, orações a Deus, boas obras, o cultivo de uma vida fraterna e solidária, o respeito às pessoas, a atitude responsável perante os fatos, ações de justiça, ótimos conselhos para a juventude, enfim, toda uma série de resoluções fundamentais para a ultrapassagem de transtornos da consciência e distúrbios da experiência, assumindo então uma vivência de qualidade e de riqueza de conteúdo cultural, psicológico e espiritual, o que torna sua realidade problemática um pouco mais sustentável quando o bem que faz e a paz e a tranquilidade com que leva o seu cotidiano podem torná-lo uma pessoa agradável mesmo que alguns o considerem um chato e rabujento, nojento e mal educado. O que importa é que o idoso viva bem em si a sua vida, tenha a sua auto-estima elevada, esteja de bom astral, animado e entusiasta, motivando seu ambiente e incentivando seu contexto de existência diária e noturna a ser mais bonito de encarar, mais alegre e positivo, vivido com qualidade sustentável. Então, o velho se vê bem. Parece que algo melhorou com essa outra, nova e diferente visão da realidade. Mais calmo, segue o seu caminho.

12. O Instante Final

Nos últimos momentos terminais quando a doença já está complicada e generalizada, os problemas de saúde se multiplicam, a família não sabe mais o que fazer, os amigos e conhecidos se distanciam, então surge a hora da internação, e o hospital de emergência recebe o idoso e o leva logo para a UTI tendo em vista seu quadro imunológico estar alterado e enfraquecido, sua aparência é débil, e necessita imediatamente de soro fisiológico, remédios e injeções que ajudem a modificar para melhor aquela situação de dificuldades numerosas e contrariedades inquietantes. Ora, a tensão é grande e a pressão familiar questiona as mais avançadas tecnologias da medicina moderna ansiosa que está por ver um final positivo para esse cidadão ou cidadã cansado da vida, esgotado mentalmente e fadigado no corpo e na alma, no limite da existência temporal, uma história que tem a marca registrada da depressão patológica e distúrbios da consciência e problemas de razão e coração, transtornos no comportamento, no caráter instável e na personalidade trabalhada praticamente com a irracionalidade de uma inteligência sujeita às fronteiras doentias do tempo e submetida aos caprichos maléficos de um ambiente social muito preconceituoso com as pessoas da terceira idade. Internado, o velho vive seus dias terminais. A Morte está por perto querendo arrebatá-lo para junto de Deus a fim de que ele repouse para sempre de suas fadigas e trabalhos, empenhos e esforços por um mundo melhor, de suas atividades agora evaporadas, todavia que trazem a sabedoria da experiência de quem fez da vida um louvor a Deus, um caminho de bondade e compreensão, tolerância e paciência, concórdia e convergência. Então, a hora final. O Fim de uma realidade pessoal sujeita às condições da história mas que a partir de agora se joga e se abre aos braços do Criador, Autor da Vida, para que Ele abençôe esse sujeito de idade avançada, refém de enfermidades diversas, limitado na natureza e incluido entre aqueles que fazem do seu fim temporal a porta da liberdade, rumo à felicidade completa no paraiso da eternidade. Sim, são os minutos derradeiros de alguém que deu valor à vida e respeitou a ordem da natureza, foi disciplinado na sociedade e se organizou e se preparou para que esses últimos segundos de sua vida não o surpreendessem, e chegassem com a Carta do Céu dizendo-lhe o Senhor nosso Deus:”Seja bem-vindo à Casa de Deus. A Felicidade eterna o espera. Viva desde agora de bem com a vida e em paz com a sua consciência. Seus amigos e parentes querem festejar a sua presença entre nós.”

13. O Equilíbrio Vital

O ideal é que o idoso chegue aos 70, 80 anos com relativo equilíbrio e juizo de consciência. Entretanto, a realidade muitas vezes não é essa, visto que inúmeros casos de velhice apresentam tendências do desequilíbrio e insensatez, quando a irracionalidade supera a inteligência e a imaginação patológica substitui a mente sensata, o que caracteriza, como hoje sabemos, um dos fenômenos do Mal de Alzhieimer, onde a dificuldade de memória leva a pessoa da terceira idade a um certo estado vegetativo quando a sua consciência das coisas e o bom-senso da realidade sofrem abalos culminando com a perda quase total da racionalidade humana. Então, junto a essa desmemorização, ocorrem moléstias diversas e enfermidades variadas, o diabetes se eleva e o colesterol sobe, a hipertensão arterial assusta, e doenças diferentes começam a se manifestar no corpo do velho, ora carregado de problemas psicossociais, dificuldades financeiras e conflitos com a família, parentes e amigos. Falta-lhe o equilíbrio necessário. A Sensatez de quem está de bem com a vida e em paz com sua consciência. Problemático, o cidadão ou cidadã aposentado ou pensionista do INSS altera sua rotina diária, dorme excessivamente, a depressão bate a sua porta e males complicados parecem atingir suas funções orgânicas, a sua atividade celular e sanguínea, e seus órgãos e aparelhos do corpo se sentem debilitados por causa do baixo astral e da fraca auto-estima que ocupa a vida terminal dessa pessoa idosa. Ora, o velho talvez esteja perdendo o juizo. E se arrasta para tentar viver seus momentos finais. Sua bengala é a sua companheira fiel e a cova mais a frente a sua parceira de despedida desse mundo que não gosta dos velhos.

14. A Fé nos garante e segura

É admirável observar no idoso o que sua fé em Deus é capaz de realizar de positivo em sua vida de cada dia e de toda noite quando perante as adversidades e os contrários de sua existência cotidiana ele supera os obstáculos construidos por seus limites naturais e transcende as barreiras promovidas por suas fronteiras racionais e sentimentais, ultrapassando então o risco de doenças quase incuráveis, o perigo do diabetes e do colesterol alto, a turbulência gerada pelos conflitos com parentes, amigos e familiares, os transtornos mentais provocados pelos acontecimentos diários e os distúrbios de consciência determinados por suas crises morais e sociais, suas instabilidades ideológicas e psicológicas, suas inconstâncias no dormir, trabalhar e deitar novamente, e suas indefinições em suas práticas e atividades de lazer e entretenimento como jogar cartas de baralho, disputar xadrez com os colegas ou fazer uma partida de dominó para sair da rotina e enfrentar o dia a dia com mais alegria e cabeça no lugar, otimismo e um sorriso para as pessoas. Então, o velho costuma se aborrecer por causa de suas limitações físicas e mentais, se choca com os pontos de vista diferentes e contraditórios que lhe aparecem de vez em quando, e briga, e solta palavrões e xinga a mãe do outro como que querendo afastar de si na base do grito todas as suas depressões patológicas ou não, todos os seus traumas psicossociais e todas as frustrações que lhe perseguem momentaneamente uma vez ou outra. Assim, se segura em sua fé transcendente e se garante abraçando a mão de Deus, que o tranquiliza diante dos aborrecimentos, o acalma no corpo e na alma, o faz descansar com o sono dos justos e lhe dá o repouso vitorioso de quem fez da vida um louvor ao seu Senhor. Eis que o cidadão ou cidadã da terceira idade dorme em paz. A Paz que só Deus pode nos dar. Ele, a nossa Tábua de Salvação nas horas do aperto, nos instantes de risco e nos momentos de perigo. O Velho deste modo dorme sorrindo. E diz: ”Deus é bom. Estou em paz”.

15. Uma Velhice de qualidade

Que bom seria se os idosos tivessem uma terceira idade rica em conteúdo existencial, de qualidade de vida onde a sabedoria da experiência ditasse as regras do jogo de sua idade avançada, todavia os limites da natureza e as fronteiras psicológicas, as doenças que chegam e os transtornos mentais e os distúrbios físicos e biológicos que se fortalecem com a diabetes exagerada e o colesterol alto, a gravidade da hipertensão arterial e os perigos e os riscos da obesidade patológica, transformam sua prática de vida alienante e alienada da realidade excelente que deveria ser o seu comportamento social e familiar junto a parentes, amigos e conhecidos. Então na verdade se entrega à sua debilidade orgânica e fisiológica, moral e espiritual, e começa a agir como um “morto” que não quer nada com a vida, ignora os seus, se esquece da rua e de lá de fora de casa, e mergulha pois na depressão doentia, ao mesmo tempo que sonha com uma experiência de vida de qualidade embora o cotidiano lhe mostre o contrário, e sua estrutura corporal não consiga suportar as turbulências e violências de uma sociedade que não liga muito para eles e elas, aposentados e pensionistas do INSS. Ora, rejeitam o dia a dia, e vão dormir o sono dos justos, acreditando que Deus lhes é favorável, por isso ainda conseguem se levantar de suas quedas e continuar a vida de todos os dias, noites e madrugadas aparentemente pesados, contudo sabem que Deus os ama, respeita e valoriza por serem suas criaturas. Deus gosta dos idosos e idosas.