quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Fenomenologia da Alma

A Subjetividade Objetiva A Fenomenologia da Alma Eu sou o que não sou 1 Várias vezes durante o dia e a noite vejo-me em situações estranhas e esquisitas quando então assumo uma outra personalidade diferente de mim, um outro eu, com novos caracteres diversificados, uma outra identidade, uma outra alteridade, uma vivência alheia a mim próprio. Sou então uma alienação em pessoa. Tenho pensamentos fora de mim, sentimentos alheios ao meu eu, comportamentos que me revelam uma outra pessoa que está dentro de mim. São instantes que me mostram o meu estado de inconsciência, irrealidade e irracionalidade experimentados simultaneamente. Estou pois dentro e fora de mim ao mesmo tempo. Eu sou o que não sou. Sou sem ser. Estou sem estar. Vivo sem viver. Experimento sem experimentar. Sinto sem sentir. Eu de fato um verdadeiro alienado, com outra identidade e nova alteridade em mim mesmo, dentro e fora de mim. Penso sem pensar. Sou sem ser. Existo sem existir. Porque vivo uma outra vida diferente da minha. Fora do meu eu sou um outro, um outro ser, uma outra pessoa, um outro pensamento, uma outra consciência, uma outra existência, uma outra experiência de vida. Percebo facilmente isso quando estou violento, sou mau com as pessoas, entro em conflito com elas, perco a cabeça e as agrido, sendo cruel com elas, contrariando-as e contradizendo-as, espalhando divisão e mal-estar no ambiente onde eu vivo e me relaciono com as pessoas, excluindo-as e marginalizando-as. Nesses momentos, estou ausente de mim mesmo, sinto falta do meu eu. Vivo uma outra pessoa diferente, contrária e contraditória, negando-me a mim próprio. Vivo uma contradição em pessoa. Sou alienação. Todavia, quando retorno à prática do bem e da bondade e à vivência da paz e da concórdia, enfim, quando regresso a Deus, o Senhor, então eu me reencontro, volto a mim mesmo, acho o meu eu, antes perdido dentro e fora de mim mesmo. Passado o período de alienação do meu eu e de contradição de mim mesmo, volto ao meu ser, reencontro a minha essência, regresso a minha substância pessoal própria. Então, eu volto a ser eu. Tenho consciência do meu retorno a mim mesmo. Esse processo de conscientização de mim próprio é importante para a minha paz interior e para eu estar de bem com a vida. Obrigado, Senhor, porque eu voltei ao que era antes. 2 Esse fato de ser sem ser faz-me uma pessoa evoluida, que busca algo mais em suas vida, outras formas de viver e existir, se comportar e sentir, agir e pensar, novas maneiras de se relacionar no dia a dia com grupos e indivíduos variados, diferentes modos de ver a realidade e interpretar o tempo e os fatos históricos e os fenômenos do cotidiano. Assim cresço em virtudes elevadas, somando mais a mim mesmo, me multiplico diaria e noturnamente, sempre acrescentando alguma coisa ao meu ser que procura outro ser, que me supera, transcendente a mim, que ultrapassa meus limites sociais e psicológicos, minhas fronteiras físicas e mentais, meus determinismos materiais e espirituais, minhas definições psicossociais e emocionais, meus conceitos ultrapassados e tradicionais, quando agora desejo novidade e a surpresa da vida que surge em cada momento e a todo instante. Então evoluo. Sou progresso espiritual e existencial. Desenvolvo minhas características pessoais, meus dons e talentos e carismas, minha criatividade natural e original, minha vocação para a vida e a minha profissão geradora de capital e trabalho, sustentos e fundamentos do meu ser que se aliena e procura outro ser que me completa, faz-me somar e crescer em todos os sentidos da minha experiência cotidiana. Meu ser assim se aliena em busca da alteridade e de uma nova identidade. Sou mais do que eu. Eu sem mim. 3 Parece-nos que hoje em dia o ser humano não tem mais identidade. Sua identidade é sua alteridade. Eu não sou eu. Eu sou eu sem mim. Eu sou o outro. Eu sou uma outra pessoa. Vivo em mim um outro ser diferente de mim. Observa-se que o homem e a mulher, aqui e agora, têm uma outra consciência de si mesmos, ou várias consciências dentro de si próprios. Experimentam a sua própria alteridade. São outros, outros seres em si mesmos, outros pensamentos dentro de si próprios, outras existências alheias ao seu eu. Sim, eu sou o outro. Sou o outro quando o sirvo e ajudo. Sou o outro quando me ausento de mim mesmo, me alieno, me torno completa ou relativa alienação de mim próprio. De fato, eu sou hoje um alienado. Estou fora de mim mesmo. Quando sou mau e violento, então estou longe de mim, fora do meu ser, distante da minha natureza boa, criada por Deus. Quando uso de agressão e crueldade em meus relacionamentos, então eu sou ausência de mim, estou fora de mim, vivo a falta de mim mesmo. Quando contrario a minha natureza, que é sempre boa, desde as suas origens, gerada pelo Criador, Autor da Vida, então eu sou alienação, sou uma outra pessoa, não eu mesmo. Quando pratico a injustiça, uso de falsidade com as pessoas ao meu redor, sou uma mentira em pessoa, vivo um teatro ou uma novela em minha vida, então eu não estou vivendo, eu estou sim na verdade fingindo, representando, sendo ator, e não eu próprio. Se crio a divisão em torno de mim, excluo as pessoas da minha vida, rejeito-as, oprimo-as e marginalizo-as, então, eu sou eu sem mim. Vivo então hoje na maioria das vezes uma alteridade em minha vida, sou uma alienação em pessoa, estou fora de mim, ausente do meu ser, pensar e existir, dando falta de mim mesmo em minhas relações, condições e situações de vida e trabalho, experimentando assim de fato a negação do meu eu, minha contradição viva, minha rejeição e exclusão de mim mesmo. Eu então sou a minha própria negação, rejeição e exclusão. Eu próprio marginalizo a mim mesmo. Eu pois vivo o meu eu sem mim. Sou sim uma outra pessoa. Um outro ser diferente e ausente de mim mesmo. Sou sim a minha falta, a minha ausência, a minha carência, a minha miséria, a minha ignorância, a minha pobreza, a minha mendicância. Tudo isso porque contrario a minha natureza essencialmente boa, ordeira e pacífica. Porque então decidi ser violento. E mau. 4 Meu limite é viver sem limites. Superar meus limites, ultrapassar minhas barreiras e transcender meus obstáculos, ir além das fronteiras do conhecimento verdadeiramente possível, ainda que tenha que compreender e respeitar minhas limitações humanas e naturais, tal é o caminho da vida, seu movimento eterno, seu processo permanente de superação de si mesma, mergulhando então nas profundezas do oceano vivo e infinito, a fim de conhecer seus segredos e desvendar seus mistérios, descobrir suas verdades e desvelar suas certezas absolutas e relativas, tirar as roupas dos preconceitos e das superstições, ultrapassando seus mitos, ídolos e estigmas mentais, físicos e espirituais, e transcendendo igualmente as definições metafísicas e as determinações éticas, estéticas e religiosas, quando então atingirá o máximo de excelência humana, de perfeição natural e completa transfiguração cultural, realizando assim em si, de si e para si a mais correta metamorfose global e diferencial da existência real e atual, temporal e histórica, eterna e infinita, mesmo em suas dimensões locais e regionais. Esse o sentido do progresso, o caminho do desenvolvimento, a estrada da evolução e do crescimento construidor de uma nova mentalidade cultural para a humanidade, uma nova cultura do bem e da paz e um novo ambiente de amizade e generosidade, união, fraternidade e solidariedade. Sim, nosso caminho é sem fim. Nossa estrada é eterna. Nessa caminhada infinita e sem limites nem fronteiras, eis o sentido da nossa vida e a razão da nossa existência. Caminhamos ao encontro de Deus. 5 Sou o que ainda não fui e que ainda serei. Sou a minha superação, o meu ultrapassar de mim mesmo, a minha transcendência própria quando vou além dos meus limites e estou acima das minhas fronteiras psicológicas e ideológicas, mentais e emocionais, conscientes ou não, e assim mergulho no oceano de minhas infinitudes e me afogo nesse mar fundo, profundo e fecundo em que reencontro minhas raizes naturais, recupero meus fundamentos de uma natureza cuja essência é afogar-se no mergulho que nada para o nada, do nada e pelo nada, se reassume como vazio transcendental, o modo mais puro e eficaz de retornar a minha outra identidade e nova alteridade, pois agora sou sem ser, sou construção além de mim, sou projeto acima do meu eu, já que então transcendo minhas limitações para jogar-me no mundo absoluto que substancializa o meu ser, pensar e existir, e me faz ultrapassagem de mim e superação de minhas fronteiras de caráter e personalidade. Aí me torno uma outra pessoa que sou eu mesmo. Pois eu sou o outro. Eu sou o além de mim. Eu sou sem ser o que eu sou. Sou superação. Sou o amanhã de manhã. Sou hoje o futuro. 6 Quando evoluimos de tal maneira que conseguimos superar limites psicológicos e emocionais e ultrapassar barreiras de saúde física e mental, transcender a matéria e avançar em conteúdos e programas de espiritualidade natural, então permitimos ser mais do que somos, definir progresso em nossas vidas cotidianas, desenvolver novos jeitos de viver e existir, outras formas de pensar, sentir e agir, diferentes modos de trabalhar e se relacionar com a família em casa e os amigos na rua, enfim, obtemos qualidade de vida sustentável pois adquirimos princípios éticos e espirituais que fundamentam nosso ser interativo e interpessoal, e valores morais e religiosos que são a base principal de nossas atitudes sociais e nossas interferências na sociedade, construindo pois um mundo de possibilidades onde a liberdade é a diretriz de toda a experiência cotidiana, um campo de alternativas básicas, fonte de comportamentos sólidos, firmes e fortes, guia de atividades que nos fazem bem e provocam apenas o que é bom para nós, um universo de potencialidades geradoras de grandes opções de saúde e bem-estar coletivo e individual. Assim crescemos no ser que busca sua ultrapassagem. Evoluimos no pensamento que se supera. Progredimos nos sentimentos que vão além de si próprios. Tal o nosso jeito de se desenvolver com qualidade sustentável e dignidade de vida e trabalho. Ao encontrarmos a nossa outra realidade que nos supera, então somos progresso espiritual, somamos com os outros, nos multiplicamos em virtudes elevadas, nossa consciência se reconhece alta e elevada gerando uma liberdade saudável e agradável. Então crescemos, somos mais do que nós mesmos, evoluimos. 7 Eu sou o amanhã de manhã. Sou o futuro, além de mim mesmo, mais que mais, de conteúdos transcendentes onde procuro me ultrapassar a fim de superar minhas fronteiras psicológicas e sociais e meus limites naturais e ideológicos, e então mergulhar na minha falta, na ausência de mim próprio, alcançar mais plenitude de ser e viver, pensar e existir, sentir e conhecer, e assim viver mais abundantemente o sentido da minha vida e a razão de meu estar no mundo, e aprofundar-me no meu ego, fecundar ainda mais o fundo da minha alma, até encontrar-me nas raizes do meu espírito em que acho Deus. E jogo-me em Deus, o princípio da minha vida, a resposta aos meus anseios e indagações, a solução para meus conflitos internos e externos, dificuldades de natureza e problemas de consciência. E vou me soltando, cada vez mais livre, superando minhas limitações, e invadindo as profundezas da minha racionalidade e então nadar nas entranhas da minha inteligência quando descubro minhas origens, minha razão de estar aqui e agora e o sentido de eu viver mais para os outros do que para mim mesmo. E vou buscando meu outro e meus outros, minhas diferentes consciências e meus novos corpos de alma mergulhante que navega em direção ao oceano da eternidade, fonte das minhas buscas e sentido dos meus desejos, ali onde encontro a paz espiritual e a tranquilidade social e a segurança existencial. E assim vou me buscando e me achando, me descobrindo e me desvelando até me deparar com a verdade do meu ser, a transparência natural e vital que me identifica, minha vida autêntica, onde sou o que sou, e sou sem ser. E então continuo a constante descoberta das novidades do meu eu, descoberto por minhas procuras loucas e incessantes, teimosas e desejosas. E vivo já o meu futuro eterno. Amanhã será o meu dia. Amanhã de manhã. 8 Segundo os especialistas, muitos historiadores e diversos hermeneutas, os desejos humanos e as necessidades naturais e culturais mobilizam as sociedades, produzem o trabalho e as atividades do dia a dia, movimentam os humanos e os terrestres em busca de novas idéias, sentimentos, realidades e experiências, diferentes alternativas de relacionamento e atitudes, outras formas de interagir com as pessoas e com elas compartilhar conteúdos e matérias de saúde e bem-estar, mentalidades e culturas que nos abrem para uma nova visão da humanidade e nos renovam de mentalidade e nos libertam de distúrbios e transtornos da consciência e da liberdade. Como se observa os desejos e necessidades nos fazem procurar o outro, outras coisas e outras realidades que nos completam e enriquecem o nosso ser, pensar e agir, e aperfeiçoam o nosso modo de estar no mundo e conviver uns com os outros em sociedade. De fato, desejamos mais, temos necessidade de somar, crescer e multiplicar nossas ações e comportamentos, fazendo-nos nos conscientizar que somos progresso, caminhamos para a frente e o alto, gerando riquezas e grandes oportunidades de negócios, novas opções de trabalho e e emprego, diferentes possibilidades de produção de uma nova vida de bens permanentes e créditos constantes que alteram para melhor nossa procura por saúde de qualidade e um nível de vida de grau elevado de dignidade sublime onde os direitos devem ser buscados e os deveres e obrigações cumpridos com compromisso e responsabilidade. Assim crescemos em direção aos outros. Evoluimos na alteridade que na verdade é a nossa autêntica identidade. Somos o outro. Somos outros. 9 Ao buscarmos a nossa identidade original constatamos que somos múltiplos e diferenciados, somos alteridade, com várias cabeças ao mesmo tempo, tal a nossa estrutura consciente e sistema de racionalizações equilibradas onde a nossa mente trabalha polivalentemente, pois assumimos ora uma consciência política ou social, ora uma racionalidade ecológica ou cultural, ora uma inteligência científica ou ideológica, o que nos caracteriza como seres humanos alterados cuja identidade é a soma de diversas mentalizações e a multiplicidade de variadas culturas e ideologias que se adicionam à nossa consciência centralizadora definindo a racionalidade de nossas cabeças em busca de outras realidades, novas ideologias e mentalidades e diferentes culturas e inteligências. Portanto, ao procurarmos o nosso outro ser complementar, que sustenta nossa alteridade e nos identifica como pessoas humanas polivalentes, na verdade estamos assumindo a nossa verdadeira identidade porque na verdade nossa consciência é concêntrica pois concentra em si de si por si e para si outras, novas e diferentes consciências. O que nos identifica é a alteridade. 10 Como o pinto dentro do ovo fica escondido até que a vida aconteça para ele lá fora quando o ovo da galinha se quebra e ele brota para a existência e assim constituir sua realidade de coisas e situações boas e más, grandes e pequenas, violentas e equilibradas, saudáveis e desagradáveis. Assim também nós somos mais escuridão do que claridade, ou nossa realidade cotidiana é mais obscura do que luz, e nessas trevas e noites da existência humana vamos descobrindo as surpresas e as novidades de uma vida potencialmente maior e melhor do que si mesma. E nesse processo de descobrimentos diferentes e saudáveis e agradáveis vamos encontrando nossos outros, nossos amanhãs de manhã, nossos futuros do presente, achando além e acima de nós próprios a nossa identidade e alteridade, a resposta a tantas perguntas e a solução para inúmeros problemas, interrogações e questionamentos. Deste modo a vida acontece. Estamos na verdade mais escondidos do que esclarecidos. Somos mais noite do que dia. Somos mais trevas do que luz. E desta maneira crescemos e evoluimos, construimos novas realidades, contextos e ambientes de vida, e diferentes culturas, ideologias e mentalidades, produtoras de uma existência digna e de qualidade, rica em conteúdos culturais e excelente ética e espiritualmente. Nesse processo, encontramos Deus, nossa realidade maior e melhor. E assim vamos gerando a plenitude da vida, uma existência abundante carregada de virtudes e circunstâncias boas de vida, que geram paz e tranquilidade para nós. Nosso fim, com certeza, é o repouso do espírito e a calma da alma. Descansar em Deus. 11 Vivemos em busca do desconhecido, condicionando a nossa realidade cotidiana em função da procura pelo oculto, sob circunstâncias reais e atuais que nos revelam o quanto somos obscuros e refletimos mais as trevas do que a luz, ainda que o sol seja a nossa meta e seus reflexos luminosos os nossos objetivos finais, quando desejamos nos conhecer a nós mesmos, descobrir os nossos segredos vitais e encontrar as novidades que nos surpreendem cotidianamente, um reflexo de que a cultura da incógnita permeia a nossa existência, ao discutirmos as diferenças que nos fazem como a realidade das trevas para a luz, da guerra para a paz, da violência para a tranquilidade, das turbulências políticas e sociais para uma vida de repouso interior e ordem externa, do caos mental e emocional para a calma da consciência e o descanso de uma liberdade ansiosa por saúde coletiva e bem-estar interpessoal, transformando-nos em pescadores da alma e navegadores do espírito, pois procuramos nada mais nada menos do que as nossas profundezas, o fundo da existência, a essência da vida e a substância de nossas realidades transcendentais, já que nos surpreendemos transcendendo a nós próprios, superando nossos limites psicológicos e fronteiras ideológicas, ultrapassando a temporalidade física e mental, material e espiritual, e mergulhando em uma historicidade reveladora do quanto somos trevas mais que luz, somos mais noite do que dia, sim porque o universo do corpo e da alma vão mais além do que já sabemos e estão acima dos conhecimentos já adquiridos até aqui e agora. E vamos prosseguindo hoje e amanhã avançando na conquista de nós mesmos, descobrindo-nos a cada instante e a todo momento, nos desvelando no ser, nos pensamentos, e no sentir e agir. Assim caminhamos na vida. Vamos descobrindo o nosso mundo interior condição de uma vida de paz e tranquilidade para todos nós. Deste modo evoluimos. Somamos e crescemos. Eis o progresso espiritual, social e psicológico que nos torna mais humanos, de dignidade desenvolvida e qualidade de vida reconhecida por todos e cada um. Eis o que nos leva para a frente e o alto. O Obscuro nos move. As trevas nos movimentam e impulsionam. Somos mobilizados pela incógnita. 12 Ao abrirmos frutas como a melancia ou o melão, a laranja ou a tangerina, encontramos por dentro toda a riqueza do sabor do alimento, escondida por suas cascas, velada por suas roupas frutífuras, obscurecida por seus véus que tampam todo o conteúdo doce, açucarado e delicioso que toda fruta possui. Assim também na vida cotidiana encontramos o novo de nossos comportamentos e o diferente de nossas atitudes ao descobrirmos a realidade por trás dos fatos, abraçando seu material antes obscuro mas agora desvelado por nossas buscas por interioridade e autenticidade, quando refletimos em nós e de nós, por nós e para nós, o que ainda não somos, o que procuramos conquistar e abraçar como essência para a nossa vida, substância primeira para nossas aparências, o fundo de nós mesmos, cuja excelência de conteúdo rico em matéria inteligente nos dá a experiência da descoberta de nós mesmos, o encontro com o que somos de fato a partir do que ainda não foi desvelado por nós. Então avançamos na conquista de nós mesmos, nossa identidade aumenta e se dilata, abrimos a consciência para novas e diferentes realidades, para assim assumirmos o reflexo de nós mesmos, nossa busca por nosso ego, descoberta do que seremos amanhã. Deste modo vamos descobrindo a nós mesmos. Somando tempo e espaço em nossas novidades. Crescendo nas diferenças que nos fazem desenvolver outros hábitos e costumes, atos e atividades que só nos fazem bem e só produzem o que é bom para nós. Então evoluimos. Progredimos espiritualmente, no corpo e na mente, na alma e no espírito. Descobrindo-nos pouco a pouco desvelamos nosso ser, nossos pensamentos e a nossa existência de toda hora, minuto e segundo. E eis que um outro mundo se nos apresenta. Um universo novo. Uma realidade diferente. 13 Na verdade, vivemos o mistério em nossa realidade cotidiana onde as luzes revezam com as trevas, o conhecido com o oculto, a sabedoria com o silêncio, o saber com o vazio, o entendimento com o nada, a compreensão com o desconhecido, o dia com a noite, a claridade com o obscuro, refletindo o nosso ser sempre em busca por alguma coisa, à procura de sua essência mais fundamental, a substância radical que fundamenta o pensamento que se descobre e a existência que se desvela a cada momento e a todo instante, dentro de situações de família, rua e trabalho, e de circunstâncias positivas ou negativas, otimistas ou pessimistas, sensatas ou turbulentas, equilibradas ou violentas. Nesse processo de descoberta de nossas raizes primordiais, vamos fazendo nossa realidade material e espiritual, nosso cotidiano físico, mental e emocional, construindo então experiências de saúde e bem-estar, vivências de bem e de bondade, de concórdia e convergente com tudo o que é bom para nós e nos faz bem. Assim vamos produzindo nossa consciência e alargando a nossa liberdade, gerando outros conhecimentos, novos saberes e culturas, diferentes ideologias e mentalidades que vão integrar todo o nosso ser e nos fazer felizes certamente. Então, encontramos no fundo da alma a realidade da vida de Deus, as pessoas, grupos e indivíduos que colaboram para o nosso crescimento interior, evolução social, desenvolvimento cultural e progresso político e econômico. E eis que ficamos construidos positivamente por nossos desejos de encontrar o mais profundo do nosso espírito e o mais fecundo da nossa consciência. Então somos sem ser. Pois vamos caminhando construindo a nossa realidade aberta e liberta, renovada e descoberta por nossas procuras pelo fundamento do nosso ser, ansioso por se desvelar totalmente. Contudo essa conquista do nosso interior vai se realizando pouco a pouco, cada vez mais e melhor descobrindo novas realidades e diferentes consciências produtoras de uma realidade agradável e mais saudável para nós. E agora encontramos mais verdades a nosso respeito. Nossa vida vai se tornando um espelho de luz refletindo a realidade do nosso ser descoberto e liberto de seus segredos ocultos e definições obscuras e determinismos desconhecidos. Então somos luz. 14 Descobertas, mistérios que se abrem, incógnitas que se iluminam, segredos desvelados, novidades que vêm à luz, tudo isso, enfim, no mundo do conhecimento que se renova e se liberta, chamamos de Subjetividade Objetiva, que se caracteriza pela revelação de nossa interioridade, sua verdade essencial e transparência substancial, a autenticidade de sua linguagem, a grandeza de seus repertórios de saber, a beleza de seus sentimentos mais profundos, a originalidade de suas experiências fundamentais cujas raizes é um ser que pensa o seu pensamento agora descoberto, surpreso com gigantescas novidades, o que reflete seu universo interior cheio de alternativas e possibilidades, ilustrando cada vez mais e melhor seus princípios radicais e seus valores fundamentais, presentes em nossa consciência, bases de uma vida bem orientada identificada com sua fecunda definição ontológica e determinação metafísica. Deste modo encontramos na capacidade e potencialidade da Subjetividade Objetiva uma realidade de interioridades que se tornam agora claras, lúcidas e distintas, mostrando o que somos e o que temos, o que pensamos e sentimos, o que vivemos e o que existimos, caracteres refletidos de nossa ética comportamental e espiritualidade natural bem enraizadas. Desta maneira crescemos em saberes descobertos, evoluimos em uma inteligência criadora e progredimos dentro de uma racionalidade aberta e liberta e renovada, crescendo em conhecimentos novos e diferentes, descobrindo o nosso ser agora revelado. E assim vamos caminhando, processando o reflexo de nossa interioridade desvelada, seguindo a estrada de um conhecimento novo e diverso, diferente e variado, sentido de nossas buscas e razão de nossas procuras por identidade e autenticidade, verdade relativa e transparência moral. Processamos assim a descoberta de nossa interioridade. Essa a Subjetividade Objetiva. ANEXO I A Subjetividade Objetiva Quando a nossa realidade interior pede para ser descoberta em sua intimidade, desvelada em seus mistérios, incógnitas e obscuridades, iluminando seus segredos e revelando suas novidades psicológicas e ideológicas, e assim refletindo toda a sua interioridade boa e de bem com a vida, eis que estamos diante da Subjetividade Objetiva, aquela busca do sujeito humano por sua essência mais profunda e real e atual, o seu desejo por encontrar suas raizes fundamentais que dão consistência às manifestações do seu espírito, abrindo-o a todo universo de conceitos diferentes e definições novas, símbolos abstratos e imagens originais, sons e vídeos de uma consciência agora aberta e liberta e renovada em suas entranhas bem fecundas, de onde tiramos saúde de conhecimentos e saberes surpreendentes e o bem-estar de sentimentos que se descobrem a cada momento e circunstância vivida. Tais fenômenos constituem a Fenomenologia da Alma, seus reflexos positivos e otimistas na construção da boa interioridade e ao mesmo tempo a desconstrução da violência de mentalidades diversas e adversas e de culturas diferentes e contrárias. Assim desenvolvemos todo um contexto de interioridade do bem que respira paz em seu ambiente interno, tranquilidade e segurança em seu ser mais fundo e radical. Eis que então a estabilidade do sujeito vem à tona e eis que nos encontramos perante um gigantesco mundo interior, agora descoberto, desvelado e refletido quase que integralmente para nós. É o mundo fenomenológico. De fenômenos que se descobrem e se abrem para dar sentido à vida e razão de ser, pensar e existir ao sujeito descobridor de idéias, sentimentos e experiências novas. Um novo universo. Universo aberto. ANEXO II A Fenomenologia da Alma O que caracteriza substancialmente a Mente Humana e seus efeitos na realidade cotidiana é a sua capacidade de gerar fenômenos inteligentes que se articulam em símbolos criados e imagens compartilhadas, letras e números configuradores do dia a dia, sons e vídeos como arte de cinema e teatro, sua linguagem falada ou escrita, seu jeito de representar ações e experiências diárias e noturnas, seu modo de interpretar a realidade e visualizar o cotidiano, sua maneira consciente de definir princípios morais e valores espirituais, seu senso de equilíbrio perante um mundo violento e agressivo, seu determinismo em pensar positivo e realizar coisas e situações otimistas, o bem que faz e a bondade com que realiza todas as coisas, sua segurança mental e tranquilidade para operar os seres e construir toda uma realidade de saúde e bem-estar, seu anseio por estabilidade dentro e fora de si, enfim, toda uma conjuntura de fenômenos articulados entre si que constituem a Fenomenologia da Alma e sua arte de fazer descobertas, surpreender os conhecimentos e procurar novidades no ser que se constrói, no pensamento criado e na existência humana e naturalmente desenvolvida para buscar as origens e essências de um ser aberto e em permanente construção, desconstruindo a sua volta todos os fatores violentos em forma de distúrbios da mente e transtornos da inteligência, diminuindo com o tempo transcendental sua agressividade imanente, o que a faz transcender todas as coisas, superar problemas e dificuldades em seu processo e ultrapassar as barreiras do saber e os obstáculos do conhecimento que por acaso encontra no meio do caminho. E assim vai gerando todo um universo de surpresas transcendentais, de novidades ontológicas e descobertas psicossociais e espirituais, compreendendo-se assim como contexto de inovação psicológica e ambiente de criação espiritual. Deste modo se produz a Fenomenologia da Alma. ANEXO III Imanência e Transcendência Relações Transcendentais Em busca da essência de nosso espírito e da substância da nossa alma, processamos situações que se tornam imanentes à nossa consciência positiva, partindo desde então para circunstâncias mais profundas de nosso ser sempre aberto, pronto para se renovar interiormente e se libertar de prisões ideológicas e escravidões psicológicas que bloqueiam a abstração do conhecimento e a apreensão do saber, quando ora nos encontramos desejosos de mergulhar no fundo da alma e nas raizes do espírito, descobrindo-nos mais a nós mesmos, vivendo novas novidades e experimentando surpresas e diferenças que vão pouco a pouco formando e formalizando nossa pessoa, configurando nosso sujeito apreendedor de novas e diferentes instâncias de sentimentos românticos, de ideologias políticas, de repertórios culturais, de conteúdos sociais e matérias de plano econômico, todas constituidoras de realidades que emolduram nosso ser sem ser, nossa pessoa aberta a novas possibilidades e diferentes alternativas, causando-nos assim saúde para o corpo e a mente, e bem-estar material e espiritual. Deste modo transcendemos de definições epistemológicas para contextos cognitivos agora mais abertos, criativos, inovadores e diferenciais. Desta maneira vamos conquistando nosso Ego desvelando nossa interioridade e tornando nossa consciência mais nua, esvaziante e nadante. É o nosso jeito de adquirir o nosso território de saberes profundos, sentimentos abertos, realidades novas e diversas, e experiências que refletem os fundamentos do nosso ser sem ser. Assim caminhamos. Fazemos deste modo a abertura de nosso Ego para coisas maiores e momentos melhores de nossa interioridade e de nossa consciência agora mais otimista e mais equilibrada.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Rio da Vida

O Rio da Vida A Vida é como um Rio, que passa e não volta mais... Suas águas se movimentam sempre para a frente, em direção ao Oceano, e por elas navegam pescadores e viajantes, seguindo o ritmo da existência, pescando peixes bons e ruins, para fazer comércio ou servir de alimento para si e suas famílias. No cotidiano da realidade, também nos encontramos muitas vezes dentro de um Rio, que ora nos leva para horizontes benignos e virtuosos, ora nos direciona para locais onde reinam o perigo, o risco de viver, os vícios das pessoas e a violência de alguns. Igualmente, ainda que o mundo passe e a realidade seja veloz e corra depressa, precisamos de águas que permaneçam, de valores que fiquem e de princípios que dêem estabilidade e boa vida às nossas atitudes, ações e relações, e comportamentos no dia a dia. Nesses Rios da Vida, encontramos pessoas boas que nos ajudam a percorrer as águas da existência com paz e calma, tranquilidade na alma e repouso no corpo. Também os Rios da Realidade nos ensinam a continuar pescando, navegando sem parar, construindo a vida com os peixes bons que encontramos e ao mesmo tempo ignorando os peixes inúteis, que não servem para nada e não nos ajudam em nada. Somos como os bons pescadores – ou deveríamos ser – que voltam felizes para suas casas depois de uma boa pescaria. Satisfeitos por serem do Rio e realizados porque a vida lhes deu o sustento de cada dia, o alimento necessário, que faz bem a si e aos seus. Somos como os bons peixes, que alimentam a vida e a família dos pescadores, ajudando-os a manter viva a chama da vida, trabalharem com alegria e viverem as suas realidades de maneira feliz e otimista, alegre e contente, sempre soltando um sorriso vivo para as pessoas ao seu lado e em torno de si. Assim é a vida. É como um Rio que passa e não volta mais... Só ficam o bem que fazemos, as boas experiências que fizemos e as boas práticas que estabelecemos e consolidamos no convívio uns com os outros. Assim somos nós. Pescadores da vida. Peixes que alimentam o cotidiano. Navegantes que tornam felizes a vida dos outros que caminham conosco. Somos caminhantes. Porque a vida é o Rio que caminha. E nós a caminhada de suas águas ora tranquilas ora turbulentas. O mais importante é saber viver bem o momento, sabendo que ele não volta mais. Viver bem o instante de aqui e agora, a fim de colhermos os bons frutos que Deus um dia nos dará por termos feito bem todas as coisas, vivido com alegria essa vida, construindo sorriso e otimismo a nossa volta. Porque a vida passa, mas o bem que fazemos fica. Porque o mundo passa, mas bondade de nossas ações continua para sempre. Assim é o dia a dia. Cabe a nós vivê-lo bem. O Resto é consequência. Mas não se esqueça: a Vida não tem volta.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A Lógica do Concreto

A Consciência Real e a Lógica do Concreto Existe uma racionalidade na realidade ? Ocorre, no fluxo dos acontecimentos reais, atuais e históricos, uma inteligência interna, inerente à complexidade dos fatos concretos e cotidianos ? Há uma mentalidade prática, imersa no dia a dia dos fenômenos sociais, políticos e econômicos, reveladores de uma razão experimental, uma consciência real, uma mente concreta ? Acontece de fato dentro e fora das ocorrências materiais e espirituais da vida humana, natural e cultural, uma atividade cerebral, entrínseca a essa realidade, condicionadora das vivências diárias, das ocorrências cotidianas e dos exercícios mentais, corporais e espirituais das atividades humanas, no interior de sua história tradicional e contemporânea ? Tal possibilidade chamamos de lógica do concreto. Como se fosse possível à realidade da experiência cotidiana o fato de poder pensar, refletir e racionalizar seu mundo de realizações práticas e concretas, ter uma razão criadora de suas possibilidades caóticas, confusas e complicadas, todavia que refletem a insistência real de uma consciência geradora de acontecimentos históricos, fenômenos cotidianos ou ocorrências temporais e espaciais... Essa razão inerente à realidade será a inteligência humana ? Ou possivelmente uma racionalidade divina ? Ou ainda uma mente espiritual, eterna e real, suprema e superior às contingências históricas e temporais da vida humana ? Será algum princípio natural, fundamento da realidade, origem do cotidiano, raiz da história, produtor da natureza, gerador do universo ? Realmente, a lógica do concreto é um fato real dentro e fora da história da humanidade, no interior e exterior de sua temporalidade, de sua existência eterna, além e aquém dos limites do tempo, inerente a sua espacialidade, entrínseca a sua realidade interna e externa. Nós seres humanos estamos inseridos nessa realidade temporal e histórica, e eterna, e portanto pertencemos a essa lógica do concreto, estamos pois sujeitos aos seus condicionamentos naturais e culturais, aos seus determinismos reais e atuais, as suas definições de tempo, momento e lugar neste Planeta Terra, e além na eternidade. Com efeito, graças a Deus, nós somos realmente lógicos e concretos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Mulher-Chocolate

A Mulher-Chocolate Hoje, na Tijuca, eu conheci a Mulher-Chocolate. Ela é carioca. Trabalha no Restaurante Ravelle, bem no Largo da Segunda-feira. É alta, mais mulata do que morena, de cabelos pretos, bem queimadinha de sol, como chocolate... Seu rosto é sereno, seus cabelos negros-dourados, seu pescoço é macio, seu corpo é quente como a brasa de fogo em dia de calor, seus pés são doces, leves e suaves como os de toda mulher bonita, perfumada e carinhosa, educada e inteligente, brincalhona e trabalhadora, respeitosa e responsável, amiga e generosa, fraterna e solidária, ordeira e pacífica, saudável e otimista em relação ao cotidiano, alegre no seu dia a dia, feliz por saber que os homens a atraem, a observam com atenção e a paqueram com quase perfeição. É a Mulher-Chocolate. Ela usa brincos azuis de ouro, colares brancos como a neve, sobrancelhas escuras pelo lápis feminista, olhos verdes e fundos como o oceano das águas, nariz arredondado pedindo carinho, boca com batom vermelho forte a chamar seus parceiros para a cama, desodorante cheiroso que nos torna atraídos por ela, perfume alemão que a deixa bela como as pérolas preciosas, linda como o rubi e bonita como as areias claras das praias do Rio. Ela tem um jeito tranqüilo de ser combinando com seu casaco de pele marron que utiliza comumente para as noites de frio. Ela utiliza calças compridas pretas quase sempre, que se aliam às suas blusas azuis e vermelhas que ela normalmente veste a fim de sobressair nas ruas e avenidas do bairro como se fossem as passarelas de moda dos dias de sol cariocas. Com seus óculos escuros pode enxergar os seus amados sem que eles a vejam. Na sua bolsa de couro vermelho esconde os seus objetos de prazer, as suas coisas íntimas e os seus documentos exóticos, que encantam os seus namorados - que são muitos – e fascinam os garotos que se apaixonam por ela. Tem 37 anos. Nos seus sapatos de salto alto vermelhos, o segredo de sua elegância, o encanto de sua beleza e o fascínio de seu modo educado de caminhar, calma como o equilíbrio da alma, racional como o bom-senso do espírito, cordial como as suas mãos cheias de carinho para dar, e espiritual capaz de controlar bem a sua mente e as suas emoções e dominar-se a si mesma. Como garçonete da Ravelle, onde trabalha, Jaqueline – eis o nome dela – serve bem os fregueses com o devido respeito de uma profissional bem vivida e bem sucedida. Então, ao tomar uma água e um cafezinho na mesa do restaurante convidei-a para sair comigo à noite. E ela respondeu-me que “sim” dando-me o seu telefone de casa para marcar a hora que ela chegaria para receber-me em seu apartamento na Praça Saens Pena. E foi a noite mais linda da minha vida. Porque não só nos amamos como também atravessamos a madrugada fazendo sexo um com o outro. Ao amanhecer, cada qual voltou ao seu dia normal. E nos apaixonamos como ninguém. E assim o somos até esse momento de aqui e agora. Eis a Mulher-Chocolate. Razão da minha vida e sentido do meu ser. A Glória de Deus no meio de nós.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SIME

SIME Síndrome da Instabilidade Mental e Emocional Hoje, aqui e agora, em nossa realidade cotidiana, carregada de distúrbios de toda natureza e transtornos na rua, na família e no trabalho, problemas de consciência e conflitos de relacionamento, dificuldades financeiras e limitações no emprego, choques ideológicos e bloqueios psicológicos na vida de cada dia e de toda noite, urge cultivar uma certa cultura de estabilidade em todas as situações do dia a dia, dentro e fora de casa, nas ações individuais e coletivas, nos intercâmbios políticos, sociais e culturais, nas interações diárias e noturnas com pessoas e colegas, parentes e amigos, familiares que nos rodeiam e acompanham em nossas tarefas e esforços, empenhos e atividades em prol do bem-estar de nossa comunidade local, o que com certeza acabará de vez com o modo descartável de viver e existir que atravessa o nosso cotidiano, quando alguns se casam nessa hora, mas daqui a um mês já estão separados e prontos para um novo romance; políticos que mudam de partido uma vez e outra; o empregado que começa a trabalhar agora e na semana seguinte é mandado embora, e obrigado a procurar uma outra atividade; o estudante ou o professor que não comparecem ao colégio e sempre estão ausentes em sala de aula; o doente que a toda instante procura o médico por causa da dor de cabeça constante; o cidadão que age com violência e desequilíbrio com seus colegas de trabalho; a agressividade de policiais no combate da bandidagem; enfim, esse comportamento instável e descartável, estranho e esquisito, inconstante e transitório, que passeia pela vida cotidiana de muita gente que, na hora do aperto, ou nos momentos de risco, ou nos instantes de perigo, perdem a cabeça, jogam tudo para o alto, e tomam a iniciativa de quebrar tudo pela frente, arrebentar e se destruir mental, física, emocional e espiritualmente. Nessas ocasiões de indefinições psicológicas e indeterminismos da mente, precisamos usar o bom-senso, ter juizo e manter o equilíbrio, a fim de superarmos as divergências internas e externas e ultrapassarmos as discordâncias interiores e exteriores. Precisamos de uma mentalidade onde o bem seja a fonte de nossas experiências e a paz a base de nossas práticas de vida, o respeito e a boa educação os fundamentos de atitudes racionais, sensatas e equilibradas. Tais sintomas de confusão da inteligência e de aberrações morais e espirituais, que alteram o nosso comportamento de quase todos os dias, caracteriza a Síndrome da Instabilidade Mental e Emocional, a SIME. Transcenderemos essas barreiras da consciência e esses obstáculos da experiência abraçando ações, ideias e virtudes, valores e princípios, que possam nos orientar no bom caminho da vida cujo sustentáculo e garantia de uma realidade equilibrada, de bons propósitos e ótimas atitudes, é decisivamente a nossa fé em Deus, a nossa oração de cada dia, o bem que fazemos, a bondade de nossas ações, as nossas atitudes solidárias quando ajudamos uns aos outros a serem alguém nesta vida, felizes por dentro e por fora. Deste modo, venceremos a SIME. É uma questão de exercício virtuoso em que construimos uma existência de bem com a vida e em paz com a consciência. São necessárias a luta e a paciência para ganharmos o jogo do bem contra o mal. Cultivemos experiências de estabilidade. Exercitemos a bondade de nossas práticas cotidianas. Sejamos constantes ao assumirmos compromissos responsáveis. Mantenhamos o direito e o respeito. Sejamos educados. E Deus nos dará a vitória.